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Agrônomo, com interesses em música e política

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

ZIZEK OU JÍJEK - OU NEM AME NEM ODEIE

TRECHOS DA ENTREVISTA DADA A REVISTA PIAUÍ, POR SLAJOV ZIZEK:

" Conheço dezenas de professores(as) universitárias(os) radicais, marxistas puros. Porque é muito fácil fazer críticas abstratas ao capitalismo e passar a vida sem dizer um ai contra o reacionário que chefia o departamento ao qual pertence."

"Não me meto nesses fóruns, nesse piqueniques new age onde há de tudo, principalmente regressão"

"Sou a favor do fim da pena de morte, mas só depois de fuzilarmos Bernard-Henri Lévy. Faço questão de participar do pelotão de fuzilamento."

"Defendi que Chávez incentivava algum tipo de auto-organização nas favelas venezuelanas e, portanto, de discussão política. Isso é positivo, porque os governos de esquerda não fazem política, eles administram a situação social. A política virou café descafeinado. Assim como tiraram o café do café, tiraram a política da política, e ficou só a administração rala."

"Lula é ainda pior que Chávez. Se o Brasil descobriu petróleo, se o governo tem um partido com base popular, se o país tem sindicatos organizados, por que não se promove a politização e lidera o avanço sobre a propriedade privada?"

Político vivo que admira: "Jean-Bertrand Aristide. Num país paupérrimo como o Haití, ele foi eleito duas vezes contra a vontade da burguesia, e foi derrubado duas vezes porque não traiu os miseráveis e os trabalhadores(as), não se adaptou a classe dominante. Bem ao contrário do PT, que mandou o exército brasileiro a Porto Príncipe para defender interesses americanos e franceses."

"Dá prá constatar hoje que a Revolução Cultural, dirigida pelo camarada Mao, foi um movimento para restabelecer o capitalismo na China. Meu amigo Alain Badiou quase rompeu comigo, apesar da nossa admiração por Wagner, quando lhe disse isso. Mas é verdade: A revolução cultural foi um poderoso golpe nas tradições milenares chinesas, nos seus resquícios medievais, e abriu caminho para o florescimento da burguesia. Funciona um pouco como o 'Capitalismo de choque' imaginado por Naomi Klein: o Katrina, a invasão do Iraque, as catástrofes naturais e políticas são boas para destruir a velha ordem inclusive fisicamente, e expandir o capitalismo."

"Leia a 11ª Tese sobre Feurerbach, aquela que diz que os filósofos se limitaram a interpretar o mundo, quando deveremos transformá-lo. Mas leia ao contrário. Deveremos parar de querer mudar o mundo às cegas, para interpretá-lo saber o que ele é."

"Nunca na história da humanidade, houve tanta gente comendo bem, morando bem e estudando bem, num ambiente laico, quanto o último meio século, na Europa e na América do Norte - mas à custa da exploração de bilhões de outras pessoas. É preciso levar isso em conta."