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segunda-feira, 30 de maio de 2011

Quem matou o facínora ?

Por Celso Amorim


Naquele que viria a ser o seu último grande western, John Ford conta a história de um velho senador, Rance Stoddard (encarnado por James Stewart), que, acompanhado da esposa, Hallie (Vera Miles), viaja rumo a uma cidadezinha do Oeste americano para poder prestar a última homenagem a um velho amigo, recém-falecido, Tom Doniphon (John Wayne).


O filme logo nos transpõe, em um longo flash-back, para um período já distante, em que o então jovem advogado e futuro senador Stoddard, um tipo suave e urbano, chega ao vilarejo e conhece a bela Hallie, com quem viria mais tarde a se casar, mas que na época era a paquera de Tom, um sujeito rude, mas de bom caráter.

A rivalidade pela mocinha entre o brando e intelectualizado (para os padrões locais, bem entendido) Stewart e o caubói machão, vivido por Wayne, é sempre um subtema do filme, mas o verdadeiro enredo gira em torno da prepotência de um malfeitor que domina a cidade, Liberty (!) Valance.

Em razão de peripécias várias, em que questões de representação popular e liberdade de imprensa estão, de algum modo, envolvidas, o pacato Rance Stoddard é levado a um duelo com o violento Liberty. A cidade aguarda, aterrorizada, a morte certa do bom moço. Mas, miraculosamente, é ele quem mata o bandido e liberta os habitantes de um agente do mal.

Voltando à época atual, um velho jornalista (que fora ele próprio agredido e humilhado pelo bandido) conta a um foca a verdadeira versão. Não fora o mocinho da fita, mas o grosseiro, ainda que de boa índole, Tom (Os Brutos Também Amam, como filosoficamente afirmou o título em português de outro western famoso) quem, num misto de amor e desprendimento, além é claro de um sentido de defesa do bem comum, abatera o facínora. E o fizera escondido.

Diante da revelação inesperada, o jovem repórter, com seu zelo profissional pela verdade e a pureza da idade, pergunta se o público não teria o direito de conhecer os fatos tais como ocorreram, ainda que isso viesse a empanar o brilho da carreira do bem-sucedido senador, cujos primeiros passos estiveram ligados à improvável façanha. Ao que seu experiente colega responde, com proficiência paternal: “No Velho Oeste, há uma regra: quando o fato vira lenda, publique-se a lenda”.

O clássico de John Ford é uma metáfora quase perfeita de vários dos aspectos que cercaram a morte do arquiterrorista Osama bin Laden. Talvez a principal diferença seja a de que o personagem vivido por Lee Marvin (cuja curiosa alcunha era “liberdade”) estava armado e chegou a sacar do revólver. Entre os paralelos, o que mais salta aos olhos é a convicção de que a verdadeira justiça dispensa as formalidades de um julgamento.

Os bons e os justos sabem que o são, nasceram com essas virtudes, e o seu julgamento não falha: sabem também onde está o bem e onde está o mal. Não padecem de dúvidas hamletianas sobre a complexidade da existência humana. Rance Stoddard não o fez, mas poderia perfeitamente dizer depois de ter matado o facínora Valance (segundo ele cria, naquele momento): “Justice is done”. Ou, justiça foi feita. Seguramente foi esse o pensamento de todos os habitantes da cidadezinha de uma região onde não havia lugar para a ambiguidade moral (ou para uma “moral da ambiguidade”, como diria Simone de Beauvoir).

Tampouco deixa de chamar a atenção de quem acompanhou as reações iniciais ao momentoso feito, a questão, colocada de maneira talvez mais sutil, sobre quem foi o verdadeiro autor da façanha: o urbano, suave e pacifista presidente atual ou seu antecessor, cujo estilo e ideias, digamos assim, estavam mais próximos (até em razão de sua origem) do Velho Oeste. Quem foi o responsável pelo início da caçada, quem determinou ou aprovou os procedimentos ampliados ou aprimorados (enhanced) de investigação? E quem foi que disse, em tom de quem sabe perseguir uma causa justa, “nós o arrancaremos de sua toca” (we will smoke him out).

Tudo isso parece irrelevante quando o secretário-geral da ONU sacramenta do alto de sua autoridade moral de representante da Comunidade das Nações a ideia de que a justiça foi feita. Se for assim, pode alguém ingenuamente perguntar-se: para que tantos tribunais internacionais, tantos conselhos e comissões, já que a justiça pode ser obtida de forma tão mais simples e barata?

Em suma, para que relatores especiais sobre execução sumária, quando na verdade quem determina se um ato foi uma execução sumária ou a efetivação da justiça (natural, divina?) é seu próprio autor? Não entremos na discussão sobre a legalidade das ações recentes, à luz da Carta da ONU, da integridade territorial dos Estados ou das resoluções do Conselho de Segurança.

Supor que o direito à legítima defesa, para legitimar um ato praticado dez anos depois do que deu origem à reação, é esticar a corda um pouco demais. Como também é zombar da inteligência mesmo dos mais tolos e ingênuos sustentar que uma pessoa vivendo isolada do mundo, com algumas mulheres e filhos (e aparentemente se deleitando com filmes pornográficos), sem telefone ou internet, continuava a controlar a elaboração e execução de ações terroristas de alguma envergadura.

Certamente, ninguém, salvo os familiares mais próximos e alguns fanáticos, vai chorar a morte de Bin Laden. “O mundo tornou-se um lugar melhor com seu desaparecimento”, poderá alegar-se, o que de resto é verdade em relação a muitas outras pessoas, que nem por isso são abatidas sumariamente.

O que está em jogo são procedimentos de justiça interna e internacional, aquilo que os anglo-saxões chamam de due process. Com tantas outras situações no mundo, em que o vilão pode ser posto para correr (ou morrer), há razões para temer que o dito comum no faroeste sobre ladrões de gado passe a ser uma norma não escrita do Direito Internacional: “Enforque-se o cara, depois deem a ele um julgamento justo”.

Neste caso, aliás, a julgar pelo segredo em torno das fotos e a liberação altamente seletiva das informações, nem mesmo esse tipo de justiça póstuma deve ser esperada.


Celso Amorim

Celso Amorim é ex-ministro das Relações Exteriores do governo Lula. Formado em 1965 pelo Instituto Rio Branco, fez pós-graduação em Relações Internacionais na Academia Diplomática de Viena, em 1967. Entre inúmeros outros cargos públicos, Amorim foi ministro das Relações Exteriores no governo Itamar Franco entre 1993 e 1995. Depois, no governo Fernando Henrique, assumiu a Chefia da Missão Permanente do Brasil nas Nações Unidas e em seguida foi o chefe da missão brasileira na Organização Mundial do Comércio. Em 2001, foi embaixador em Londres.

Que nem manequim - Maurício Tapajós e Paulo César Pinheiro

Por Alfredo Pessoa
Maurício Tapajós

Tem um vídeo no Youtube (enviado por Márcio Tapajós, 2006) em que Guinga executa no violão esta música. Todas as notas estão no vídeo, inclusive ele toca suave e devagar, parecendo querer passar a cifra de modo mais fácil (como se isto fosse possível) ao parceiro que fita atentamente o arranjo primoroso. No final rola até choro entre amigos. Do minuto 2:27 até o final a lente só foca o braço do violão e portanto toda a cifra de "Que Nem Manequim" - bela música, bela letra, extraordinária interpretação.


Endereço: http://www.youtube.com/watch?v=Fxn6iYWpknk(Guinga tocando pra tod@s..."Que Nem Manequim" de Maurício Tapajós e P.C. Pinheiro). A cifra tá na cara. O difícil é a execução. Com o Guinga, não tem jeito, tod@s temos que suar. Bons estudos.

Registro de Gravação: disco Sobras Repletas (2006) com músicas de Maurício Tapajós - Vários Intérpretes: Guinga, Chico Buarque, Clara Nunes, Zé Renato, Zélia Ducan, Joyce, Salmaso, Dori Caymmi, MPB-4 e outros.

P.S. a tradução da cifra atende a sugestão de Rogério.

Que Nem Manequim (Maurício Tapajós/P. C. Pinheiro)

F6/9(b5)/C Fm7/C Fm6/C F6/9(b5)/C Fm7/C Fm6/C Am7/11(#5)G#m6/11(b5)
F7+/9/C F7/9-/C
Ando falando sozinho. Fingindo que é verdade
F6/C Fm/C
Que te encontro mais tarde
C6(#7)/G C6(#7)/F#
Ando ouvindo calado esse som do passado
Am7/11(#5) Dm4(#11)/B
E uma angústia me invade
Gm7/9 Gm7(9)/C C6/9-
Ando vagando pensando demais
C6/F#
Ja não tenho vontade
Fm6 Em5+
Não bebo Não fumo Não como Não durmo
Ebm5+(6) Am7+/D
Não sei o que faço
C#7/9+ C6(#7)/G Fm11/6(#7)
Com essa saudade
F6/B Bb7/E
Ando com os olhos distantes
Am9 Am9/Ab Am9/G
Ausente de tudo que nem manequim
C6/F# B7/b9(#11)
Ando sem brilho de vida
Dm5-/7(11) G7/9-
Ando perdido de mim


Metodologia
F6/9(b5)/C = 810770X = 8ª casa sexta corda (bordão), 10ª casa quinta corda, 7ª casa quarta corda, 7ª casa terceira corda, (0) é a segunda corda solta pela posição (penúltima) e X, primeira corda, não toca. Os dedos é pela arrumação cental.
Fm7/C = 8111310XX (oito, onze, treze, dez)
Fm6/C = 8111210XX (oito, onze, doze, dez)
Am7/11(#5) = 55350X
G#m6/11(b5) = 45360X
F7+/9/C = 81079XX
F7/9-/C = 8978XX
F6/C = 8877XX
Fm/C = 8865XX
C6(#7)/G = 33220X
C6(#7)/F# = 23220X
Dm4(#11)/B = 78608X
Gm7/9 = 35736X
Gm7(9)/C = X3736X
C6/9- = X32225
C6/F# = 232255 (dois, três, dois, dois, cinco, cinco)
Fm6 = 1301XX (hum, três, zero, hum)
Em5+ = 07958X
Ebm5+(6) = X6957X
Am7+/D = X5655X
C#7/9+ = X43100
Fm11/6(#7) = 110110 (hum, hum, zero, hum, hum, zero)
F6/B = 7877XX
Bb7/E = 05633X
Am9 = 5X250X
Am9/Ab = 4X250X
Am9/G = 3X250X
B7/b9(#11) = X21211 (dois, hum, dois, hum, hum)
Dm5-/7(11) = X55111
G7/9- = 3X310X

domingo, 29 de maio de 2011

Comida, Bebida e Música - 25

O  Diumtudo "está fazendo" uma enquete com amigos(as) que gostam de bebida, comida e música. São quatro categorias:




  • Bar, Botequim 
  • Local de boa Comida
  • Local para beber, comer nas altas horas
  • Local com boa música

Indicações de Lucas Barros, Professor universitário, amante da música e boêmio nas férias em Fortaleza.
  • Bar - Bar do Chaguinha
  • Comida - O Faustino
  • Altas horas - Paladar
  • Música - Buoni Amici's
Serviço:
Bar do Chaguinha - Rua Pe. Francisco Pinto 144 - Benfica  - Fortaleza Ce
O Faustino - Rua Frei Monsueto, 1560 - Varjota -  Fortaleza Ce
Paladar - Av. 13 de maio, 1043, Bairro de Fátima - Fortaleza - Ce
Buoni Amici's - Rua Dragão do Mar, 80 - P. de Iracema - Fortaleza Ce

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Roendo as Unhas - Paulinho da Viola



Roendo as unhas (Paulinho da Viola)


Meu samba não se importa que eu esteja numa
De andar roendo as unhas pela madrugada
De sentar no meio fio não querendo nada
De cheirar pelas esquinas minha flor nenhuma
Meu samba não se importa se eu não faço rima
Se pego na viola e ela desafina
Meu samba não se importa se eu não tenho amor
Se dou meu coração assim sem disciplina
Meu samba não se importa se desapareço
Se digo uma mentira sem me arrepender
Quando entro numa boa ele vem comigo
E fica desse jeito se eu entristecer

Comida, Bebida e Música - 24

O  Diumtudo "está fazendo" uma enquete com amigos(as) que gostam de bebida, comida e música. São quatro categorias:




  • Bar, Botequim 
  • Local de boa Comida
  • Local para beber, comer nas altas horas
  • Local com boa música

Indicações de Juliana Praça, Publicitária, amante do samba e boêmia.
  • Bar - Arlindo
  • Comida - O Faustino
  • Altas horas - Tocantins
  • Música - Buoni Amici's
Serviço:
Arlindo - Rua Carlos Gomes 83 - Bairro de Fátima  - Fortaleza Ce
O Faustino - Rua Frei Monsueto, 1560 - Varjota -  Fortaleza Ce
Tocantins - Av. da Abolição, 3210 - Meireles - Fortaleza - Ce
Buoni Amici's - Rua Dragão do Mar, 80 - P. de Iracema - Fortaleza Ce

quinta-feira, 26 de maio de 2011

CHINA MOSES


LISTEN

ELIFAS ANDREATO - "pintor de música" 17







Capa de Elifas Andreato para o CD Na Cadência do Partido Alto, de Tunico Ferreira.

Comida, Bebida e Música - 23

O  Diumtudo "está fazendo" uma enquete com amigos(as) que gostam de bebida, comida e música. São quatro categorias:




  • Bar, Botequim 
  • Local de boa Comida
  • Local para beber, comer nas altas horas
  • Local com boa música

Indicações de Leonardo Fontenele, Advogado, músico, as vezes "sertanejeiro" e boêmio.
  • Bar - Bar do Chaguinha
  • Comida - Cantina de Napoli
  • Altas horas -Bar do Barbudo (Nosso Barzinho)
  • Música - Espaço Grill
Serviço:
Bar do Chaguinha - Rua Pe Francisco Pinto 144 - Benfica  - Fortaleza Ce
Cantina de Napoli - Av. Desembargador Moreira 125 - Meireles Fortaleza Ce
Bar do Barbudo - Rua Lauro Maia, quase esq. com a rua Abaiara - bairro de Fátima - Fortaleza - Ce
Espaço Grill - Av. Paulino Rocha, 1299 - Cajazeiras -Fortaleza Ce

quarta-feira, 25 de maio de 2011

A voz de uma pessoa vitoriosa

por Alfredo Pessoa 

Caetano musicou esta letra do poeta baiano, de Jequié, tropicalista: Waly Salomão (1943-2003). Waly já visitou Fortaleza, esteve na ONG Alpendre num debate. Trabalhou com o ex-Ministro Gilberto Gil e pretendia instituir em lei um livro na cesta básica do trabalhador. De sua obra a preferida era "Mal Secreto" (Jards Macalé/Waly Salomão) devidamente registrada por Luiz Melodia em 2002 (visite www.walysalomao.com.br)


Registro da Música: Maria Bethânia. Disco Álibi 1978.

A Voz De Uma Pessoa Vitoriosa (Caetano Veloso/Waly Salomão)
A7+/9               C#m7        F#7 F#7(b13)
Sua cuca batuca. Eterno zig-zag
Bm7           E7/9-            A7+/9 Em7/9 A7/13 D#7/9
Entre a escuridão e a claridade
D7/9+        D#º
Coração arrebenta
A6                          F#7/13
Entretanto o canto aguenta
B7/9                   D7/9
Brilha no tempo a voz vitoriosa
B7/9                      D7/9
Sol de alto monte, estrela luminosa
B7/9                  E7/9- A7+/9 G#m5-/7 C#7/9- G7(b5)
Sobre a cidade maravilhosa
F#m7                                 C#m7
E eu gosto dela ser assim vitoriosa
F#m7                                    Bm7 E7/9-
A voz de uma pessoa assim vitoriosa
A7+/9
Que não pode fazer mal
C#m7               F#7 F#7(b13)
Não pode fazer mal nenhum
Bm7                          E7/9   E7/9- A7+/9  Em7/9 A7/13 D#7/9
Nem a mim, nem a ninguém, nem a nada
D7/9+             D#º     A6        F#7/13
E quando ela aparece. Cantando gloriosa
B7/9                   D7/9
Quem ouve nunca mais dela se esquece
B7/9                             D7/9
Barcos sobre os mares. Voz que transparece
B7/9                          E7/9- D#m5-/7 Dm6 A7+/9
Uma vitoriosa forma de ser e viver.

A balada de José e Maria - Por Leandro Fortes


Leandro Fortes

Maria
José Roque dos Santos, 59 anos, e Maria do Socorro Diniz, 58 anos, o casal das fotos ao lado, não têm escolaridade, nem terra, nem futuro algum. São dois lavradores de Doverlândia, um município perdido de Goiás, de pouco mais de 7 mil habitantes. 
À meia noite de segunda-feira, 23 de maio, o casal foi colocado dentro de um ônibus com outras 30 pessoas e, em troca de lanche e uma camiseta, foram enviados pelo sindicato rural local para Brasília, a seis horas de viagem de lá. José e Maria se juntaram, então, a outras centenas de infelizes enviados à capital federal pela Confederação Nacional de Agricultura (CNA) para, exatamente como gado tocado no pasto, pressionar os deputados federais a votar a favor do projeto de Código Florestal do deputado Aldo Rebelo, do Partido Comunista do Brasil.
Conversei com o casal enquanto ambos, José e Maria, eram obrigados a segurar cartazes pela votação do texto de Rebelo, defendido por figuras humanasdo calibre da senadora Kátia Abreu, do DEM de Tocantins, presidente da CNA, e do deputado Ronaldo Caiado, do DEM de Goiás, ex-presidente da União Democrática Ruralista (UDR), velha agremiação de latifundiários de inspiração fascista.
José e Maria não sabem ler e nem têm a menor idéia do que é o Código Florestal. Quando lhes perguntei a razão do apoio ao projeto, assim me falaram:
José
José – Acho que vai ser bom pra nós e pros nossos netos, foi o que disseram.
Maria – É pra cuidar das terras, do futuro do Brasil.
Afora isso, não sabem nada. Nem uma pálida idéia do que é o projeto de Aldo Rebelo, muito menos o que é reserva ambiental e mata ciliar. Nada.
Os cartazes, me contaram, foram entregues por um certo “Luís, do sindicato dos fazendeiros” de Doverlândia, também responsável pela distribuição das camisetas da CNA. Eles foram embarcados em direção a Brasília sem chance de contestação. Os dois não têm um único centímetro de terra, mas trabalham na terra de quem manda, no caso, um fazendeiro da região. Enfrentaram um frio de 9 graus na viagem até Brasília, tomaram café com leite e pão em barraquinhas armadas em frente ao Congresso e, quando os encontrei, tomavam conta da fila de doces, frutas e confeitos que a CNA havia preparado na entrada da Câmara dos Deputados para impressionar a mídia. Tinham esperança de conseguir um almoço de graça e se mandar de volta para Doverlândia, às 17 horas de terça-feira, dia 24, a tempo de dormir em casa. Triste ilusão.
As gentes usadas como gado pela CNA para garantir a aprovação do projeto de um comunista ficaram enfurnadas no Congresso até tarde da noite, famintas e exaustas, obrigadas a se espremer nas galerias e a servir de claque contra os opositores do Código Florestal. E, é claro, a aplaudir Ronaldo Caiado.
Que essa perversão social ainda exista no Brasil, não me surpreende. Há anos tenho denunciado, como repórter, esse estado de coisas.
O que me surpreendeu mesmo é que os deputados do PCdoB não tenham se retirado do plenário, senão por respeito a José e Maria e à história do partido, mas ao menos por vergonha de serem cúmplices da miserável escravidão a que o casal de Doverlândia e seus companheiros da terra foram submetidos em troca de lanches e camiseta.

Comida, Bebida e Música - 22

O  Diumtudo "está fazendo" uma enquete com amigos(as) que gostam de bebida, comida e música. São quatro categorias:




  • Bar, Botequim 
  • Local de boa Comida
  • Local para beber, comer nas altas horas
  • Local com boa música

Indicações de Lana Aguiar, Arquiteta, adoradora do Chico Buarque e meio boêmia.
  • Bar - Alpendre
  • Comida - La France
  • Altas horas - sem indicação
  • Música - Bar do Papai (domingo)
Serviço:
Alpendre - Rua Torres Câmara, 172 - Aldeota - Fortaleza Ce
La France - Rua Silva Jatahy, 982 - Meireles Fortaleza Ce
Bar do Papai - Rua Torrres Câmara esq. c/ Mons. Bruno Aldeota - Fortaleza Ce