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quinta-feira, 16 de maio de 2019

UMA LEI PARA A HISTÓRIA - Simone Veil

Por Marvioli

Tomei conhecimento do livro através de indicação da revista Continente, pernambucana, dedicada a cultura.

"Uma lei para a História, a legalização do aborto na França" de Simone Veil.

"Em novembro de 1974, Simone Veil, então ministra da saúde, discursou na Assembleia Nacional Francesa, defendendo projeto de lei que legalizava o aborto, que naquela época obrigava cerca de 300 mil mulheres a procurarem saídas clandestinas, humilhantes e perigosas para interromper a gravidez indesejada."

"enfrentando com firmeza uma oposição virulenta, Simone Veil garantiu esse importante direito às mulheres na França."

"Após cerca de 25 horas de intenso debate,com intervenção de 74 oradores, a lei que autoriza o aborto é aprovada pela Assembleia francesa, no dia 29 de novembro de 1974, por 284 votos contra 189."

No senado a votação foi mais tranquila, 184 votos a favor e 90 contra.


O discurso de Simone na Assembleia Nacional Francesa é uma beleza de conteúdo, convencimento e tática.

"Eu sabia - até mesmo pela correspondência recebida - que os ataque seriam vigorosos, já que o tema contrariava convicções filosóficas e religiosas sinceras. Mas eu não imaginava o ódio que suscitaria, a monstruosidade do discurso de certos parlamentares, nem sua grosseria contra mim. Uma linguagem de caserna. Pois, ao que parece, ao abordar esse tipo de teme, e diante de uma mulher, certos homens lançam mão espontaneamente de um discurso saturado de machismo e vulgaridade."

"As deputadas eram bem poucas! E nem todas foram favoráveis à lei. Mas nenhuma lançou mão de palavras duras. E me lembro do apoio corajoso de Hélène Missoffe, mãe de oito filhos, e igualmente exposta, no meio da Assembleia, a discursos desagradáveis."

Os achados que me trouxe o livro.

"Eleito, Valéry Giscard d'Estaing se pronuncia claramente a favor de uma liberalização do aborto, chega a empenhar toda a sua autoridade e impõe a reforma a seu primeiro-ministro Jacques Chirac, que é hostil a ela."

Simone é convidada para o Ministério da Saúde e o projeto é elaborado por este ministério.

Lembremos que o governo Giscard d'Estaing e de seu primeiro-ministro Jacques Chirac, era um governo conservador, digamos de centro-direita.

Simone, politicamente,  também se aninhava, neste espectro.

Nascida em 1927, judia, viveu em campo de concentração, feminista. Foi fundamental na aprovação da lei em 1974.

E termina assim seu discurso:

"Não faço parte dessas pessoas que temem o futuro. As  novas gerações nos surpreendem, às vezes, por serem tão diferentes de nós; nós mesmo as educamos de maneira distinta da que fomos educados. Mas essa juventude é corajosa, tão capaz quanto as outras de entusiasmo e sacrifício. Saibamos confiar nela para conservar à vida seu valor supremo."



Serviço:

UMA LEI PARA A HISTÓRIA a legalização do aborto na França
Simone Veil
Ed. Bazar do Tempo
Preço R$ 35,00