sexta-feira, 28 de julho de 2017

Histórias que Laís conta...(1)


Laís Barreira
Vovó Jovina

" 'Cuidei que era uma menina, mas já é uma mulherzinha!' Exclamou o viajante admirado com a beleza da mocinha de olhos azuis que lhe entregava uma caneca de água fresca."


Naqueles tempos os vendedores ambulantes eram chamados de viajantes e andavam, geralmente a cavalo, pelas cidades das redondezas oferecendo seus artigos.

Vovô Targino era um caboclo, porém, de cabelo liso, bem apessoado e era um desses viajantes que sempre passava pela propriedade da família de Jovina, à beira da estrada.

Certo dia ele resolveu parar para pedir água; apeou do cavalo e percebeu a menina sentada no terraço com uma mulher que penteava seus longos cabelos.

Vovó Jovina era uma moça baixinha e usava longas tranças negras que lhe desciam pelas costas e davam-lhe a aparência de menina.

Quando a moça lhe trouxe a água o cavaleiro percebeu que se enganara, diante dele uma bela e pequena mulher lhe oferecia a caneca d’água, deixando-o apaixonado.

Targino passou a parar sempre naquela propriedade, com a desculpa de beber água e a intenção de prosear com a moça que conquistara seu coração; até que um dia, suponho que com o seu consentimento, ele carregou Jovina na garupa de seu cavalo “roubando-a” de sua família, único jeito de casar-se com ela naquela época.

E assim, dessa união que durou até o fim de suas vidas nasceu Euclides, o meu pai.


(História narrada por Laís Barreira, aos 100 anos e transcrita por Vólia Barreira.)


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