" 'Cuidei que era uma menina, mas já é uma mulherzinha!' Exclamou o viajante admirado com a beleza da mocinha de olhos
azuis que lhe entregava uma caneca de água fresca."
Naqueles
tempos os vendedores ambulantes eram chamados de viajantes e andavam,
geralmente a cavalo, pelas cidades das redondezas oferecendo seus artigos.
Vovô
Targino era um caboclo, porém, de cabelo liso, bem apessoado e era um desses
viajantes que sempre passava pela propriedade da família de Jovina, à beira da
estrada.
Certo
dia ele resolveu parar para pedir água; apeou do cavalo e percebeu a menina
sentada no terraço com uma mulher que penteava seus longos cabelos.
Vovó
Jovina era uma moça baixinha e usava longas tranças negras que lhe desciam
pelas costas e davam-lhe a aparência de menina.
Quando
a moça lhe trouxe a água o cavaleiro percebeu que se enganara, diante dele uma
bela e pequena mulher lhe oferecia a caneca d’água, deixando-o apaixonado.
Targino
passou a parar sempre naquela propriedade, com a desculpa de beber água e a
intenção de prosear com a moça que conquistara seu coração; até que um dia,
suponho que com o seu consentimento, ele carregou Jovina na garupa de seu
cavalo “roubando-a” de sua família, único jeito de casar-se com ela naquela época.
E assim, dessa união que durou até o fim de
suas vidas nasceu Euclides, o meu pai.
(História
narrada por Laís Barreira, aos 100 anos e transcrita por Vólia Barreira.)
5 comentários:
Maravilhoso!
Encantada com essa narrativa!
Encantada com essa narrativa!
Encantada com essa narrativa!
Ótima história! Quero conhecer outras...
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