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terça-feira, 6 de maio de 2014

O samba é mágico

Por Felipe Araújo

“O samba é mágico. O samba modifica a vida da gente. A felicidade que eu sinto quando estou numa roda de samba é incomparável”.

É assim que Carlos Alberto Vieira tenta resumir seu sentimento pelo mais brasileiro dos gêneros musicais. Carlão, como é mais conhecido – ou ainda Carlão do Zé Bezerra, pela sua relação umbilical com o tradicional bar do Parque Araxá, que ele ajudou a transformar num dos principais redutos de sambistas de Fortaleza – vem espalhando essa alegria pela Cidade há pelo menos 40 anos, mobilizando músicos e desbravando novos espaços para defender a bandeira do samba. 

Nascido há 61 anos na comunidade do Morro do Ouro, no bairro Monte Castelo, Carlão se aproximou do samba no fim dos anos 60, através dos regionais que movimentavam as festas do bairro. Entre eles, os grupos de seu Antônio Relojoeiro e de seu João de Moura.

Foto Américo ´Souza
Nos anos 70, Carlão se juntou a outros bambas do bairro – como o Raimundo “Coleguinha” – e circulou por bares e restaurantes como Pilão, St. Tropez e, já nos anos 80, Barril, que começavam a se dedicar ao samba em Fortaleza. Dos primeiros compassos na percussão, mudou-se para as cordas e abraçou em definitivo o cavaquinho – com que liderava os encontros musicais que se davam também nas mercearias do Monte Castelo.

“A gente tocava em tudo que era mercearia. E não tinha cadeira não. A gente tocava em pé, nas janelas. Era uma turma da pesada. Lambreta, Coleguinha, até o Carlinhos Patriolino, que era muito novo na época, tinha uns 14 anos, acompanhava a gente. 
“Quando a gente tocava em algum restaurante ou casa mais especializada, eles penduravam um microfone no meio da mesa. Era tudo assim meio acústico. E era ali que os bons músicos apareciam”. 

No começo dos anos 80, Carlão morava perto de onde hoje é o Bar do Zé Bezerra, na época uma farta mercearia. Depois de fazer amizade com o dono, propôs ao mesmo uns encontros musicais no local, que aconteciam nas manhãs de sábado. 

“A gente começava às vezes 8 da manhã. E os meninos foram aparecendo, se juntando por lá e a coisa foi crescendo. Como roda de samba, o Zé Bezerra é mais antigo que a Mocinha”, lembra, fazendo referência a outro templo do samba cearense, que também ajudou a consolidar as musicais tardes de domingo. 

Carlão foi sindicalista, bancário e hoje é técnico de radiologia. “Eu toquei pouco profissionalmente. Eu toco mais porque gosto mesmo”, afirma. Entre as incursões profissionais na música, participou de alguns dos mais importantes grupos de samba da cidade: como Harmonia, Rosas de Bamba e Etiqueta do Samba, formações em que dividiu palcos e mesas com referências importantes da música cearense.

Em 40 anos de trajetória musical, Carlão não só levou a batucada para o Zé Bezerra e "para além" da Dom Manoel. Fez mais: ajudou o ritmo a se espalhar por toda a Cidade. 

Neste sábado, 10 de maio, o projeto Falso Amor Sincero, numa humilde homenagem, agradecerá ao Carlão pela sua ,  militância e pelo seu compromisso com o samba.

Serviço:
Roda de Samba - Falso Amor Sincerro

Quando - todo sábado 
Hora - 16 as 20 horas
Quanto - Inteira R$10,00
               Meia e idosos(as) - R$ 5,00
Onde: Kukukaya - av Pontes Vieira , 55 A
Tel - 32275661

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