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sexta-feira, 5 de outubro de 2007

A Novidade Eleitoral


A novidade eleitoral
“Nestes últimos vinte anos
Nada de novo há
No rugir das tempestades
Não estamos alegres,
É certo,
Mas também por que razão
haveríamos de estar tristes.” Maiakóvski

No Ceará as candidaturas ao governo do Estado no campo do Centro-Direita estavam definidas. Seria um Lp - isto é - o Lado A e o Lado B de um novo disco do Fagner. Caberia a esquerda buscar alternativas. Nas buscas, sem precisar ir ao Google, encontrou-se Renato Roseno. Uma candidatura boa pra todo mundo.
Renato Roseno tornou-se candidato ao governo do Estado pelo PSOL. Deve ter avaliado o tamanho do desafio - a falta de recursos, a minguada militância, as fraturas da última aliança eleitoral, o pouco tempo de TV, ...mas, aceitou.
Foi para a campanha com o pouco que tinha e conseguiu fazer muito. Nos debates na televisão, com conteúdo e forma adequadas, mostrou que não era oposição à Lucio e a Cid, e sim ao projeto neoliberal que eles representavam, foi didático, claro, apresentou propostas, encantou muita gente. Deve ter despertado a inveja, quiçá a ira de outros e outras.
Um dia em minhas andanças de colaborador da campanha do Renato, ouvi no fim de um discurso seu um verso do bardo de Sobral, Belchior. Renato afirmou, “O novo sempre vem.”
Como se dizia, não tão antigamente, “caiu a ficha.” De fato e de direito, Renato Roseno é a grande novidade eleitoral no cenário político cearense. Senão vejamos: Todos e todas, no campoda centro-esquerda e esquerda já estão na estrada, de 10 a 20 anos de disputas eleitorais, uns discutindo uma maior velocidade no carro, outros tentando construir novas estradas, mas todos(as) figuras repetidas.
RR conseguiu 106.184 (2,75%) dos votos do Estado e 75.809 (6,87%) dos votos de Fortaleza. Nacionalmente figura entre os seis candidatos a governador pelo PSOL que obteve mais de 2% de votos ao lado dos candidatos dos estados de SP, PA, MS, AP e AL.
É a novidade. Façam suas apostas.
Elis Regina, imensa cantora e grande descobridora de novos talentos, abriu espaço para Belchior, ao gravar no disco Falso Brilhante de 1976, músicas do então iniciante compositor cearense. Dentre elas “Como nossos pais” da qual transcrevo os versos abaixo:
As aparências!
Não enganam, não.
Você diz que depois deles não apareceu mais ninguém.
Você pode até dizer que estou por fora ou então que
Estou inventando...
Mas é você que ama o passado e que não vê.
É você que ama o passado e que não vê que o novo
O novo!
Sempre vem.”
Outro poeta, também gravado por Elis, já disse:
falo por acreditar
Que é cobrando o que fomos
Que nós iremos crescer,
Outros outubro virão
Outras manhãs, plenas de sol e de luz”

Marcus Vinicius
Fortaleza, Outubro de 2006

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