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sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Histórias que Laís conta – 3

Laís Barreira

Moça não tem juízo!


Eu vi muita coisa mudar nessa cidade. 

Lembro que durante muitos anos eu morei no centro da cidade, na rua Sena Madureira, perto da Cidade da Criança que, naquela época, chamava-se Parque da Liberdade e tinha o portão de entrada encimado pela estátua de um índio quebrando os grilhões, que não sei se ainda está lá.  (A estátua permanece no local).

Cheguei na Sena Madureira ainda menina e saí de lá moça feita, j diplomada como professora.

Em 1930 eu tinha 14 anos e, morando próximo do parque ia muito lá com as amigas. Era um lugar muito agradável e embora fosse frequentado pelas famílias que moravam ali ao redor, as Leite Barbosa e as Carvalhedo, um pessoal “meio rico”, a sociedade daquela época não andava muito lá.

Próximo ao Parque, na Praça da Igreja do Coração de Jesus existia o Colégio Castelo Branco e nós, as mocinhas, tínhamos uns “namoricos” com os alunos do colégio que eram o motivo dos nossos passeios no Parque da Liberdade.

Porém, para as moças entre 15 e 18 anos o ideal, ao qual almejávamos, era namorar um aluno do Colégio Militar, principalmente por causa de suas fardas que achávamos lindas, especialmente a farda de gala usada nos desfiles de Sete de Setembro, que a gente adorava.

Eu e minhas amigas não perdíamos os desfiles de jeito nenhum; a estrela principal era o Colégio Militar que esperávamos ansiosas e fazíamos qualquer coisa para flertar com os rapazes!

Nós íamos esperar o início do desfile no Beco dos Pocinhos (início da Av. Santos Dumont) e sabíamos qual era o roteiro da “parada”.  Assim que os rapazes do Colégio Militar passavam nós corríamos para a outra rua só para vê-los passar novamente, trocar olhares, sorrisos e piscar de olhos.

Moça não tem juízo!

A gente fazia essas “loucuras” que hoje em dia nem consigo imaginar; naquele tempo eu adorava só que hoje eu sou contra os militares.

 (História narrada por Laís Barreira, aos 100 anos e transcrita por Vólia Barreira.)

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