Laís Barreira |
Moça
não tem juízo!
Eu
vi muita coisa mudar nessa cidade.
Lembro que durante muitos anos eu morei no centro da cidade, na rua Sena Madureira, perto da Cidade da Criança que, naquela época, chamava-se Parque da Liberdade e tinha o portão de entrada encimado pela estátua de um índio quebrando os grilhões, que não sei se ainda está lá. (A estátua permanece no local).
Lembro que durante muitos anos eu morei no centro da cidade, na rua Sena Madureira, perto da Cidade da Criança que, naquela época, chamava-se Parque da Liberdade e tinha o portão de entrada encimado pela estátua de um índio quebrando os grilhões, que não sei se ainda está lá. (A estátua permanece no local).
Cheguei
na Sena Madureira ainda menina e saí de lá moça feita, j diplomada como
professora.
Em 1930
eu tinha 14 anos e, morando próximo do parque ia muito lá com as amigas. Era um
lugar muito agradável e embora fosse frequentado pelas famílias que moravam ali
ao redor, as Leite Barbosa e as Carvalhedo, um pessoal “meio rico”, a sociedade
daquela época não andava muito lá.
Próximo
ao Parque, na Praça da Igreja do Coração de Jesus existia o Colégio Castelo
Branco e nós, as mocinhas, tínhamos uns “namoricos” com os alunos do colégio que
eram o motivo dos nossos passeios no Parque da Liberdade.
Porém,
para as moças entre 15 e 18 anos o ideal, ao qual almejávamos, era namorar um
aluno do Colégio Militar, principalmente por causa de suas fardas que achávamos
lindas, especialmente a farda de gala usada nos desfiles de Sete de Setembro,
que a gente adorava.
Eu e
minhas amigas não perdíamos os desfiles de jeito nenhum; a estrela principal
era o Colégio Militar que esperávamos ansiosas e fazíamos qualquer coisa para
flertar com os rapazes!
Nós íamos
esperar o início do desfile no Beco dos Pocinhos (início da Av. Santos Dumont) e sabíamos qual era o roteiro da
“parada”. Assim que os rapazes do
Colégio Militar passavam nós corríamos para a outra rua só para vê-los passar
novamente, trocar olhares, sorrisos e piscar de olhos.
Moça
não tem juízo!
A gente fazia essas “loucuras” que hoje em dia nem consigo imaginar; naquele tempo eu adorava só que hoje eu sou contra os militares.
A gente fazia essas “loucuras” que hoje em dia nem consigo imaginar; naquele tempo eu adorava só que hoje eu sou contra os militares.
(História narrada por Laís Barreira, aos 100
anos e transcrita por Vólia Barreira.)
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