As botas de um gato.
Uma maça envenenada.
O fuso em que uma princesa espetou o dedo.
Um machado que cortava sozinho.
A panela onde caiu o ratão
doido pra comer feijão.
Uma janela de casinha de doces.
Dois dos três fios do cabelo do diabo.
Aí estão.
Entra. Olha pra eles.
Mas cuidado. Não pode tocar
que eles se transformam em pó,
em bolhas azuis,
num punhado daquela tristeza que os sonhos deixam
quando se acabam.
ANTONIO ORLANDO RODRIGUEZ
(Tradução : Luiz Raul Machado
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