Armando Neves
"Eu, Armando Neves, brasileiro, solteiro, maior de idade, em pleno gozo de minhas faculdades mentais, declaro que é meu desejo final deixar como herança após minha morte os direitos autorais de minhas músicas, as que estão impressas, as que estão gravadas em discos ou mais, as que ainda estão inéditas, que são inúmeras. De forma que, o Asilo Odiná Lobo, na pessoa de seu presidente será meu herdeiro universal, pois creio que minhas músicas valerão muito no futuro, e não já.
Nada mais tenho a deixar, pois sou pobre."
Armando Neves
Esse é o testamento de próprio punho redigido pelo grande Armando Neves, o Armandinho, um dos grandes compositores para violão popular brasileiro que faleceu em 1976 de complicações cardíacas.
Um artista que foi a cara do DIUMTUDO. Filho de pai negro e mãe italiana, nasceu em 1902 em Campinas/ SP. Foi ajudante de pedreiro, músico da Record, tocou no Regional de Canhoto, compôs em parceria com o grande João Pernambuco, lançou no rádio ninguém menos que Laurindo de Almeida e Garoto e foi artilheiro do Corinthians na década de 20. Atuação, aliás, que lhe rendeu por parte dos dirigentes alvinegros, um cargo público para que pudesse se dedicar mais ao futebol. Como se vê, não é de agora que o “mundo tá perdido”.
Se não fosse por outro concertista, Geraldo Ribeiro, que pôs na partitura toda a obra do compositor, Armandinho teria investido todo o tempo da sua aposentadoria na sua coleção de pássaros, nos deixando órfãos da sua obra. Sim, Armando Neves não tinha noção alguma de teoria musical, e segundo amigos, não gostava de fazer nada que exigisse esforço. Para que pudesse fazer as transcrições, Geraldo Ribeiro morou na casa do compositor por um ano. Casa muito simples que inclusive virou espécie de ponto de peregrinação cult em São Paulo na década de 40.
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2 comentários:
Mateus Perdigão - Gostei. E Ainda quero ver a apresentação dele sobre violão brasileiro no Baco e Euterpe.11:25
E eu que pensava que o Armandinho era o do Dodô e Osmar
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