Quem sou eu

Minha foto
Agrônomo, com interesses em música e política

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Carlinhos Patriolino tem a alma na ponta dos dedos

Carlinhos Patriolino - Foto de Deivison Teixeira
Por Marcios Sampaio

O jeito elétrico, meio aligeirado, é uma forma do bandolinista Carlinhos Patriolino responder ao nervosismo que sente na hora de vasculhar a própria história. Mesmo que já tenha viajado para tantos lugares e se apresentando para plateias tão exigentes, ele não nega que é tímido. “Sou capaz de pedir pelo amor de Deus para você não colocar isso (na entrevista)”, ele chega a dizer quando lembra do elogio que ouviu de outro grande músico brasileiro. Peço licença para quebrar o acordo, mas o tal músico era o virtuoso violonista Guinga, que assistiu o cearense no Festival de Jazz & Blues de Guaramiranga e comentou que, no trabalho de Carlinhos, “cada nota é uma lágrima”.

De fato, ele próprio não discorda do elogio. Hoje com 51 anos, Carlinhos Patriolino cresceu numa casa onde a música fazia parte do cotidiano. Filho de Carlos Patriolino de Albuquerque e Terezinha Damasceno de Albuquerque, o sobralense via constantemente a mãe cantando grandes sucessos da época, enquanto o pai, funcionário público, compunha algumas peças ao violão. “Meu pai era foda, um paizão louco por música. Era um boêmio que não bebia”, lembra ele que, aos seis anos, recebeu de Seu Carlos sua primeira lição de música: um Ré maior.

As outras notas vieram a seguir e, aos 11 anos, Patriolino conheceu uma turma que, apesar de ter mais que o quádruplo da sua idade, tinha o chorinho em comum. No meio daquela roda de chorões, ele teve oportunidade de aprender e mostrar o que vinha fazendo no bandolim. Encantado por aquele universo musical, ele foi se dedicando cada vez mais a descobrir os segredos do seu instrumento. Até que, por volta dos 15 anos, foi convidado para substituiu um músico numa banda de samba que tinha os Novos Baianos como principal referência. Aquela seria sua primeira experiência profissional e com o dinheiro pôde dar uma força nas contas de casa.

Se enturmando cada vez mais no meio musical, Carlinhos Patriolino conheceu a dupla Régis e Rogério, irmãos do cantor Ednardo, com quem, logo em seguida, começaria a tocar. Dessa parceria com o compositor de Pavão Mysteriozo, acabou integrando a turma que realizou a Massafeira em março de 1979. “Foi meu primeiro contato com o show business. E logo naquele palco mágico do Theatro José de Alencar. Foi praticamente uma semana morando lá”, comenta o músico.

FRASES
“Todos me falavam no Patriolino. Eu sonhava tocar com ele, até um dia em que o baixista dele não pode fazer um show e me indicaram. Desde então, nunca mais deixamos de tocar juntos. Ele um gigante da nossa música”

Miquéias dos Santos, baixista


“Ele é uma super referência de som. Eu sempre agradeço por que tocar com ele. É uma aula”Cainã Cavalcante, violonista e guitarrista

“O Carlinhos é um excelente músico, dono de uma imensa sensibilidade musical. Trabalhamos juntos por um bom tempo e espero contar, em outras ocasiões, co
m o auxílio luxuoso de sua ímpar musicalidade”
Emílio Santiago, cantor

Nenhum comentário: