EPIGRAMA
Amar, foder: uma união
De prazeres que não separo.
A volúpia e os desejos são
O que a alma possui de mais raro.
Caralho, cona e corações
Juntam-se em doces efusões
Que os crentes censuram, os loucos.
Reflete nisto, oh minha amada:
Amar sem foder é bem pouco,
Foder sem amar não é nada.
Jean de La Fontaine (1621 - 1695) o autor da poesia acima, filho de burgueses pôde estregar-se a uma vida de ócio e dar vazão ao seu talento de poeta graças à proteção de patrocinadores nobres, em cujos salões conviveu com escritores da importância de La Rochefoucauld, Racine, Molière e Boileu. A publicação de suas encantadoras Fábulas (1688-1694), inspiradas nos clássicos greco-latinos do gênero e no fabulário indiano, embora se voltassem mais para os costumes, vícios e valores da sociedade francesa de sua época, deu-lhe pronta e geral nomeada. Além dessas fábulas, La Fontaine escreveu, também em verso, Contos licenciosos sobre temas amiúde tomados de empréstimo a Boccaccio. O epigrama escolhido para ilustrar-lhe a inspiração erótica foi traduzido da antologia de Marcel Beaulu.
(Poesia Erórica em tradução de José Paulo Paes - Cia das Letras)
Nenhum comentário:
Postar um comentário