Quem sou eu

Minha foto
Agrônomo, com interesses em música e política

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Eu vi o Paul (3)

 Terceiro artigo da série "Eu vi o Paul" no Diumtudo. Escrito por Oscar Arruda d'Alva, carioca/cearense, ligado as questões do semi-árido e ao rock é também compositor, cantor e guitarista.

Eu fui ver o Paul 

Por Oscar Arruda d'Alva
 
Eu fui ver o show do Paul McCartney, Up and Coming Tour no Estádio do Morumbi em São Paulo no dia 22 de novembro de 2010, o que foi certamente, o melhor show de rock'n roll que vi em toda a minha vida e uma experiência pessoal marcante.
 
Acima de tudo o Paul nos dá uma grande lição de humanidade e de amor à vida, à arte, ao público e à profissão. Estamos falando de um senhor de 67 anos que passou pelo sucesso dos beatles, pela perda de amigos queridos, pela perda de uma mulher que amava, por insucessos amorosos e financeiros, e que acima e apesar de todos os percalços da vida, permaneceu fiel à música, com profissionalismo e grandeza, de fato, um gigante.
 
Era um dia de chuva, de garoa paulistana. O trânsito um caos. Pegamos um ônibus lotado, eu, Bilica, Felipe e Salua, dois casais vibrando naquela energia adolescente de quem parece que está indo ao seu primeiro show de rock'n roll. No coletivo gente de todas as idades e procedências unidos na mesma expectativa, ver e ouvir o Paul. Chegando ao estádio, uma fila gigantesca, uma grande caracol humano, que enfrentamos com nossas capas de chuva e bom humor inabalável. Dentro do estádio, chegamos cedo, e enfrentamos a chuva, sentados no gramado, apertados pela multidão da geral que chegava aos poucos e mais e mais. 

 
Então começa o show. Uma explosão de som, de entrega e verdade em 3 horas de duração. Intenso. Uma autêntica banda de rock, sem pose e sem frescuras, música nua e crua. Mestre da luz e da sombra, o Paul sabe como ninguém construir a dinâmica de um show, intercalando o leve e o pesado, o intimista e o extrovertido, e crescendo sempre. Nas homenagens, e houve muitas ao Jimie Hendrix, ao George Harisson, à esposa Linda, ao John, era difícil conter a emoção que ele nos transmitia, nos fazendo sentir quase tão irmanados como ele a estes amigos queridos que o tempo levou.
 
Fim do show, após um sem número de bis, a banda toca The End, que som! De repente acabou e o Paul nos diz "Até a Próxima Brasil!" neste momento um pensamento como um soco no estômago me diz que muito provavelmente não haverá essa próxima. Fui apresentado aos Beatles pelo meu falecido pai e não pude deixar de pensar que aquele senhor do palco que nascera no mesmo ano que ele, em breve o encontraria em algum lugar melhor do aqui. Sorrio e penso, você tem razão amigo, até a próxima!

Nenhum comentário: