Por Alfredo Pessoa
É a segunda parceria de Bosco e Chico. Antes apenas o registro de "Mano a Mano" (Chico, 1984). A peculiaridade da canção afro-escravista é que ela é quase toda tocada com três dedos (polegar, indicador e médio) e o escravo que nega ter seduzido Sinhá, para não ser castigado, ao final se entrega e diz que enfeitiçou Sinhá. Chico talvez tenha se inspirado na obra pós-abolição “O Neguinho e a Madame” (Noel Rosa de Oliveira). Como diria Gilberto Freire, em Casa Grande e Senzala (1933), o mestiço é o melhor, embora Chico não tenha chegado no fruto do amor entre o escravo e a Sinhá.
P.S. Veja João Bosco executando esta música e Chico cantando em www.chicobastidores.com.br
Sinhá (João Bosco-Chico Buarque)
Cm* Fm6* Bm(5M) Cm* Fm6*
Bm(5M) Cm(5M) Cm* Fm6* Bm(5M)
Cm* Cm*/A C#* G7* Cm*
Bb6* D7*/A Fm6*/Ab G7* Cm*
Se a dona se banhou. Eu não estava lá
D7*/A Gm7* D7*/A Bm(5M)
Por Deus Nosso Senhor. Eu não olhei Sinhá
Cm* Fm6* Cm*
Cm* Fm6* Cm*
Estava lá na roça. Sou de olhar ninguém
D7*/A Gm*/Bb D7*/A Bm(5M)
D7*/A Gm*/Bb D7*/A Bm(5M)
Não tenho mais cobiça. Nem enxergo bem
Ab6* G7* Cm*
Para que me pôr no tronco. Para que me aleijar
Gm7* C* Fm6*
Para que me pôr no tronco. Para que me aleijar
Gm7* C* Fm6*
Eu juro a vosmecê. Que nunca vi Sinhá
Bb4(7)*/F Bb7* Cm/D#
Bb4(7)*/F Bb7* Cm/D#
Por que me faz tão mal . Com olhos tão azuis
Cm C#6* Bm(5M) (Cm*
Cm C#6* Bm(5M) (Cm*
Me benzo com o sinal. Da santa cruz
Bb6* D7*/A Fm6*/Ab G7* Cm*)
Bb6* D7*/A Fm6*/Ab G7* Cm*)
Eu só cheguei no açude. Atrás da sabiá
D7*/A Gm7* D7*/A Bm(5M)
D7*/A Gm7* D7*/A Bm(5M)
Olhava o arvoredo. Eu não olhei Sinhá
Cm* Fm6* Cm*
Cm* Fm6* Cm*
Se a dona se despiu. Eu já andava além
D7*/A Gm*/Bb D7*/A Bm(5M)
D7*/A Gm*/Bb D7*/A Bm(5M)
Estava na moenda. Estava para Xerém
Por que talhar meu corpo. Eu não olhei Sinhá
Gm7* C* Fm6*
Gm7* C* Fm6*
Para que que vosmincê. Meus olhos vai furar
Bb4(7)*/F Bb7* Cm/D#
Bb4(7)*/F Bb7* Cm/D#
Eu choro em iorubá. Mas oro por Jesus
Cm C#6* Bm(5M) (C7M C7M/G)
Cm C#6* Bm(5M) (C7M C7M/G)
Para que que vassuncê. Me tira a luz
Em/B A4(7) Dm4*
E assim vai se encerrar. O conto de um cantor
G7/B F#º Cº
G7/B F#º Cº
Com voz do pelourinho. E ares de senhor
C7M B7(13) E7
C7M B7(13) E7
Cantor atormentado. Herdeiro sarará
A7* Dm7(#9) D#º(b13) Em7(#9)
A7* Dm7(#9) D#º(b13) Em7(#9)
Do nome e do renome. De um feroz senhor de engenho
Fm6* Cm* Cm(5M)
Fm6* Cm* Cm(5M)
E das mandingas de um escravo. Que no engenho
Ab6* G7* (Cm* Bb6* D7*/A Fm6*/Ab G7* Cm*)
Enfeitiçou Sin---há
Cm* = X310XX
Fm6* = 1X01XX
Bm(5M) = 7X00XX
Cm(5M) = X311XX
Cm*/A = 5310XX
C#* = X431XX
G7* = 3X34XX
Bb6* = 6X00XX
D7*/A = 5X45XX
Fm6*/Ab = 4X35XX
Gm7* = 3X33XX
Gm*/Bb = 6X53XX
Ab6* = 4X35XX
C* = X320XX
Bb4(7)*/F = X868XX
Bb7* = 6X67XX
Cm/D# = X6(10)88X
Cm = 8X(10)88X
C#6* = 9X8(10)XX
C7M = X32000
C7M/G = 33200X
Em/B = X2200X
A4(7) = X0203X
Dm4* = X530XX
G7/B = X2303X
F#º = 23121X
Cº = X34242
B7(13) = X2X244
E7 = 02X130
A7* = 5X56XX
Dm7(#9) = X5356X
D#º(b13) = X6X577
Em7(#9) = X7578X
Um comentário:
Mas o Chico chegou no herdeiro sim... A música é narrada pelo "herdeiro sarará"
Postar um comentário