Aluá |
É semelhante ao nosso manjar branco", conforme Luís da Câmara Cascudo. Trata-se de uma bebida trazida pelos portugueses e que foi usada, na época da colonização, na Amazônia, Ceará, Pernambuco, Paraiba, Rio Grande do Norte, depois de passar por um processo de aculturação, substituindo-se o açúcar pela rapadura.
Até mesmo na capital do Império, o aluá teve sua vez. Câmara Cascudo " informa: "Escrevendo em novembro de 1881, França Júnior evoca a popularidade do aluá durante o reinado de Pedro I na capital do Império: "No primeiro reinado o refresco em voga foi o aluá. O pote de aluá saía para o meio da rua, e o povo refrescavase ao ar livre, a vintém por cachaça"... 0 aluá, no Sul, foi substituído por outros refrigerantes.
Mas, no Nordeste, a aluá ainda permanece vivo, no sertão, nas novenas, nas festas da padroeira e é feito da seguinte maneira, conforme receita que me foi dada por dona Maria Nazaré de Araújo, de Jucurutu, Rio Grande do Norte:
"Ingredientes: Dois litros de milho seco, dezoito litros d'água, cinco rapaduras de um quilo cada, dez limões e uma jarra de barro já usada e que caiba tudo.
Modo de fazer: Escolha, lave e leve o milho ao sol, para secar. Bote uma caçarola, sem gordura nenhuma, ao fogo, coloque o milho e mexa para tostar todo por igual e depois retire do fogo e deixe esfriar. Ponha a água na jarra bem como o milho já frio. Tampe bem a jarra e deixe em infusão durante oito a dez dias; todos os dias dê uma mexida e, logo em seguida, tampe a jarra. No dia de servir, raspe ou corte em pedaços pequenos as rapaduras e coloque tudo dentro da jarra, já com a água e o milho. Mexa bem até dissolver as rapaduras. Coe num coador de pano em uma toalhinha de cozinha bem limpa. Coloque o suco dos dez limões. Caso prefira mais doce, pode botar mais açúcar, de acordo com o gosto da pessoa. 0 aluá também pode ser feito com açúcar comum".
do Livro - Alimentação e Folclore: Comes e bebes do Nordeste - Mário Souto Maior
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