Quem sou eu

Minha foto
Agrônomo, com interesses em música e política

segunda-feira, 13 de junho de 2011

ROMULO FRÓES - UM LABIRINTO EM CADA PÉ

Por MARCUS PRETO

Romulo Fróes é o arauto da nova geração da MPB", cravou o músico Rogério Skylab, há uma semana, nesta mesma Ilustrada. A afirmação não é descabida. Fróes passou não só a produzir com --e para-- os artistas de seu tempo. Mas também a pensar sobre eles.

Lançando novo álbum, "Um Labirinto em Cada Pé", fala à Folha sobre as idiossincrasias de sua geração. As dificuldades e os prazeres de fazer a música de 2011.

O disco pode ser baixado na internet, com show de estreia marcado para o dia 30, no Sesc Pompeia - São Paulo



O cantor e compositor Romulo Fróes, que está lançando "Um Labirinto em Cada Pé", seu novo álbum, na internet

Folha - Skylab te chamou de "arauto da nova geração". O que você entende por isso? E como esse "título" rebate em você?
Romulo Fróes - Ao mesmo tempo em que me envaidece, é algo que tento descolar de mim. Não quero ser o mensageiro de nada, eu quero que as pessoas ouçam minha música, minhas canções. Nelas, está contido todo o meu pensamento. E meu esforço é e sempre será em fazer com que mais e mais pessoas tenham acesso ao meu trabalho.

Caminhando para o fim da primeira década do século 21, já é possível identificar um traço comum entre os artistas surgidos na música brasileira a partir dos anos 2000?
É uma geração de artistas-operários, surgida em plena derrocada das grandes gravadoras e que, alijada da indústria, se viu obrigada a dar conta de todo o processo de construção de uma obra musical. Esse abandono, aliado ao avanço e ao acesso facilitado à tecnologia, constituiu uma geração especialmente ligada ao processo de gravação. O "som" produzido por ela, talvez até mais que suas canções, é o que a destaca em relação às demais. E, uma década mais tarde, milhares de discos produzidos depois, não é difícil imaginar o grau de excelência técnica a que se chegou. Pois agora, de posse de sua obra e de sua carreira, é chegada a hora dessa geração conquistar uma voz mais forte, que diga a que veio e que rompa a barreira do anonimato imposta à ela.

O que seria essa "voz mais forte"? Você está falando de público, de estética, de qualidade artística, de tudo isso, de nada disso? A voz ainda é fraca nos contemporâneos?
Acho mesmo muito importante o que fizemos com a música brasileira do ponto de vista da gravação em disco, do som, acho um capítulo novo na sua história. Afinal, já faz uma década que tivemos que dar conta de gravarmos nossos próprios discos, mas penso que o desafio agora é criar um conjunto de canções que tenham a mesma força desse som que criamos. Já estamos no caminho.

Será esta uma geração de artistas à altura de nossa tradição?
É difícil dizer isso sem parecer arrogante ou deslumbrado. Não acho também que seja papel de um artista esta qualificação, o tempo é que dirá se honramos essa tradição. O que posso dizer, como criador, é que não poderia haver época melhor do que esta para minha música. Se faço o que faço e me sinto plenamente realizado com isso é por conta das possibilidades deste tempo, o tempo em que vivo.

Seria arrogante se estivéssemos falando só do seu trabalho. Mas pergunto em relação à geração toda, aos seus pares e aos seus ímpares. De gente que pensa como você e de gente que pode ser seu oposto dentro do atual cenário.
Então, anota aí: essa é uma geração das mais brilhantes da história da música brasileira!

Skylab aponta esta como a geração da "estética do longe", ou do "abandono do eu". Chama de "puro fetiche", "corpo esvaziado", "sem guardar verdades". Consegue localizar essas características na sua música e na dos seus colegas de geração?
Acredito que a minha geração seja a realização da tropicália, só que de forma rebaixada. Ao contrário das premissas do movimento tropicalista --que se dá pela chave da afirmação, do enfrentamento, da expansão dos limites, da provocação, da liberdade, da alegria--, realizamos seu programa, pela chave do fracasso. Se não há mais um país para se organizar nem um estado de interesses definidos para se derrubar, ir contra o quê, ou contra quem? Ao implodir as fronteiras culturais, de certa maneira a tropicália implode também a possibilidade do surgimento de um novo pensamento dentro da música brasileira. É sintomático que a última grande discussão sobre os rumos da canção popular seja em torno de sua possível morte, questão surgida na brilhante e já clássica entrevista de Chico Buarque. Esta geração nasce encurralada: de um lado, pela derrocada da indústria musical que possibilitava aos artistas uma penetração popular efetivamente maior; e, do outro, pela sensação de que não há nada mais a fazer que já não tenha sido feito. Penso que talvez venha daí esse 'corpo esvaziado', essa 'estética do longe' de que fala o Skylab: vem de um sistema de auto-proteção inventado por nós. Fazemos nossos discos, distribuímos nossas canções, tocamos para nossos amigos. Não nos reportamos a ninguém, não negamos ninguém, não duvidamos de nada. Alimentamos nosso anonimato, fugimos do fracasso iminente.

Sua geração tem medo do sucesso, é isso? Ela precisa se "desproteger"?
A questão não é ter medo do sucesso, a questão é não querer demais o sucesso. Porque o sucesso como o conhecemos --da mitificação, do artista que entende e traduz uma nação-- talvez não se realize mais. O nó dessa geração é que ela não precisa dialogar com o sucesso para produzir sua obra, talvez por isso mesmo nunca o alcance.

"Fracasso iminente", "a chave do fracasso"... Isso tudo se reflete nas obras musicais de que maneira?
Talvez minha resposta tenha sido grave demais. Quando digo fracasso, não estou dizendo que fracassamos. Muito pelo contrário, inventamos um jeito de produzir nossa música e fizemos isso de maneira brilhante. Quando falo em fracasso, penso, em parte, no grande público, que, alimentado pela indústria, ainda é viciado nas fórmulas de difusão tradicionais (rádio, TV), praticamente fechadas para nós independentes. E penso também nas viúvas da MPB, que acreditam que não seja mais possível aparecer uma nova geração de artistas à altura da surgida com os festivais. O fracasso iminente a que me refiro e a que estamos expostos desde sempre é essa percepção consolidada do ouvinte médio de que não faremos sucesso e que não corresponderemos às expectativas de nossa gloriosa história musical. Acho que vem daí uma certa retração dessa geração. Não queremos canalizar nossa energia na construção de um pensamento, se de cara esse pensamento é dado como vencido e ultrapassado. Por isso, botamos nossa energia na construção de nossa música, gravando discos aos milhares e espalhando nossa música pela internet para levá-la até onde for possível. E essa força de produção já começa a dar resultado. Quem tiver interesse em ouvir e pensar essa nova música brasileira que vá atrás. Nós estamos fazendo nossa parte, produzindo e compartilhando essa nova música.

A geração que se formou e cresceu na última década tem você, Rodrigo Campos, Tatá Aeroplano, Nina Becker, Domenico, Tulipa. Mas também tem Maria Rita, Maria Gadú, Vanessa da Mata e outros que dialogam diretamente com a indústria, com "o sucesso". Em alguma medida, esses últimos não compactuam da, por assim dizer, "estética" ("filosofia" talvez caiba, também) da geração?
Claro que, mesmo na indústria, existem artistas ligados ao seu tempo, com questões parecidas com a nossa. Mas eles ainda têm de lidar com a máquina do sucesso e os problemas advindos dessa relação, muito diferente de um artista independente --veja bem, disse diferente, nem pior nem melhor. O que tenho certeza é que não há mais espaço na indústria para a invenção, para a construção de uma obra que pense a história da música brasileira e na sua evolução. Acho que o último movimento nesse sentido, de um apoio da indústria a um trabalho de renovação da música brasileira, foi com o manguebeat. Já lá se vão mais de 15 anos.

Esses movimentos renovadores a que você se refere existiram com a ajuda da indústria ou apesar dela? A pergunta é: a tropicália, a bossa nova e o manguebeat teriam existido se a indústria não visse neles potencial comercial (ainda que, em alguns casos, como no tropicalismo, esse potencial não tenha se demonstrado potente de fato: os discos venderam quase nada nos lançamentos)?
Não digo existir, porque a criação artística existe apesar do mundo, existe porque alguém, o artista, precisa muito que exista para garantir, com o perdão da redundância, a sua própria existência. Mas é claro que a indústria potencializou esses movimentos artísticos, não tenho a menor dúvida disso. Fred 04 numa entrevista em que questionava a demonização apressada da indústria, disse em tom de provocação que se o manguebeat fosse criado hoje, talvez não passasse de duas comunidades do Orkut. Entendo perfeitamente o que ele diz, mas a indústria nos abandonou. Então, nem se trata mais de demonizar, trata-se de sobreviver apesar dela.

A geração não carece de potencial mercadológico? Não estamos criando um pensamento de "como eu não preciso de dinheiro de gravadora pra fazer disco, posso fazer o que eu quiser; se posso fazer o que eu quiser, não preciso agradar a ninguém"?
Não é verdade. Essa geração, como qualquer outra, tem artistas que fazem canções pop, mais intelectuais, mais experimentais, populares, cafonas, ingênuas, desencanadas, engajadas: tudo igual a qualquer época. O perverso é que estejam todos no mesmo patamar, sem que se distinga os graus de popularidade através de sua própria música. Estamos todos no mesmo barco, atravessando os mesmos mares revoltos.

Parte da geração, sobretudo aquela ligada ao samba da Lapa carioca, foi criticada por ser muito comportada, reverente demais ao passado, à tradição. Em que medida essa "obediência" segura o processo evolutivo da nossa música?
Acho que a geração da Lapa carioca é outra coisa. Eles perseguiram esse passado até como maneira de recuperar a história de um bairro da cidade e, nesse sentido, foram extremamente felizes. A minha geração justamente não pode ser acusada de obediente, nem mesmo de transgressora. Nesse sentido que a vejo como uma realização da tropicália, uma tropicália menos luminosa. Não devemos tributo a nenhum grande artista, mas também não escondemos nossa admiração. Tomamos por nossa toda a história da música brasileira e lidamos com ela da maneira que melhor nos convir, de um modo muito natural, sem rupturas, continuidade, hierarquia, obediência ou transgressão.

"Tropicalista" porque lida com a tradição de modo natural e 'menos luminosa' porque não está transgredindo nada nesse processo. É isso?
Vou tentar formular melhor essa afirmação. É tropicalista por não fazer distinção entre alta e baixa cultura, por aceitar todos os gêneros musicais, por tomar posse da história da música brasileira, por não temer a experimentação, por não temer a tradição, por não rompê-la, por não segui-la. É talvez mais banal --e, por isso, menos vigorosa-- por não ser mais este um pensamento forte sobre a música e a cultura brasileira, e sim um comportamento natural dessa geração. A tropicália conquistou isso para a gente, implodiu as fronteiras. Crescemos sob sua premissa, por isso não pensamos sobre isso.

E sobre o que nos resta pensar, então? Não temos mais fronteiras estéticas a romper. Também não temos um inimigo palpável --como era a ditadura, por exemplo-- contra quem lutar. É daí que vem o vazio a que Skylab se refere?
Nunca foi tão importante fazer e pensar arte. Justamente quando tudo parece ter perdido relevância, quando a criação se torna tão desencantada, sem propósitos históricos, estéticos ou políticos, é a hora de se voltar à arte como fruição pura e simples. Fazermos arte pela necessidade pessoal de cada um, por uma possibilidade de transcendência, individual que seja. Eu acredito na transcendência da arte e na força multiplicadora que ela tem. Foi ela, para dizer o mínimo, que me possibilitou uma mobilidade social.

Aliás, essa coisa de "linha evolutiva da MPB" ainda faz algum sentido? Caetano Veloso, que inventou a expressão, diz que não.
Vejo a linha evolutiva instituída por Caetano mais como norte do que como fim. Me impulsiona a ideia de que talvez eu possa contribuir para a continuidade da história da canção brasileira, mesmo sabendo que talvez não seja mais possível.

Falando em Caetano, você disse que é o único medalhão da geração 1960 que dialoga com a geração 2000. Ele próprio disse que isso não era necessariamente uma qualidade. Skylab, por sua vez, diz que é, na verdade, um defeito. E para você, isso tem que dimensão?
Acho que o Skylab está dizendo isso do ponto de vista da aprovação, de que não precisamos mais da benção de Caetano ou seja lá de quem for para produzirmos nossa obra. Nesse sentido, ele tem toda a razão --e essa é mais uma conquista dessa geração. Mas a importância que tem o Caetano ter gravado seus dois últimos discos com minha turma para mim é tremenda. Não porque recebemos sua benção, mas porque aprendi muito sobre a música da minha geração com esses discos. E o bacana desse encontro é que ele se deu em pé de igualdade. Se, por um lado, [os músicos] Pedro Sá, Marcelo Callado e Ricardo Dias Gomes [da BandaCê, de Caetano] renovaram a música de Caetano com 'nosso som', por outro lado, Caetano trouxe uma vitalidade incomum à minha geração. Não devemos nada a ele ou a ninguém, mas não podemos, por vaidade, negar a felicidade de um diálogo, tímido que seja, com um artista da importância de Caetano Veloso.

Acho que não é bem isso que Skylab quer dizer. Ele chama Caetano (e Gilberto Gil, e Arnaldo Antunes) de "contorcionistas". Diz que querem sempre parecer jovens, conectados ao tempo que não é o deles. Caetano, por sua vez, coloca em questão se o que ele faz é melhor ou pior que o que Milton Nascimento faz: apadrinhar os novos em vez de se misturar a eles. E aí?
Mas este é o comportamento natural destes artistas que ele cita. É disso que nasce a grande música que fazem e é isto o que espero deles. Quando não estão se 'contorcendo' é que me distancio de sua música. Não é questão de melhor ou pior, é óbvio que eu adoraria --morreria é a palavra certa-- se Milton Nascimento cantasse uma canção minha. Mas ficaria ainda mais feliz e satisfeito se ele se aproximasse do meu trabalho. Não quero a benção do Milton, quero poder ouvir e falar algumas coisas para ele. Esse é mais o jeito do Caetano e do Arnaldo. O programa comandado por ele [Antunes] agora na MTV é exemplar: além de dar sobrevida ao canal que agonizava há alguns anos, lança luz sobre esta geração 'traduzindo-a' para uma audiência diferente da nossa e também para os artistas já consagrados que não têm a mesma mobilidade que ele. Faz a ponte, da maneira mais natural e generosa que pode. A imagem do Curumin na bateria olhando e sorrindo para o Pepeu Gomes enquanto tocavam juntos uma canção sua é emocionante. Espero que o Pepeu tenha percebido, para além do programa, o grande artista que o Curumin é.

Você diz que aprendeu muito sobre a música da sua geração nos dois discos mais recentes do Caetano. O que viu ali?
Nas canções de Caetano, o som que essa geração construiu --que parece uma coisa um tanto abstrata-- tem a chance de se tornar mais nítido, justamente pela nossa intimidade com a sua obra. E eu acho que o som de sua nova banda, formada por músicos desta geração, provocou uma mudança na canção de Caetano. Parece óbvio dizer isso, porque é claro que o som de um violão, um piano, uma guitarra, um violoncelo ou um cavaquinho, cada qual com sua característica, muda nossa percepção em relação a uma canção. Mas, nesse caso, não é um instrumento, não é o som dele, é o som que sua banda produz, algo semelhante ao que aconteceu no "Transa" [álbum de Caetano lançado em 1972]. Mas acho que ali era uma banda encontrando um som pra suas canções. Aqui, parece ser Caetano compondo para o som de sua banda. Um som de rock como foi o de 'Transa', mas de um outro rock, menos alucinado, psicodélico que os anos 1970, mais sombrio, cerebral, próximo de bandas como Pixies e Sonic Youth, uma novidade no som do Caetano. Uma canção como "Perdeu", por exemplo, do seu disco "Zii e Zie" (2009), é, para mim uma das mais lindas que Caetano compôs em anos. O rife de guitarra de Pedro Sá que atravessa toda a música, acompanhado quase que em uníssono pelo baixo do Ricardo e pela bateria do Marcelo, confere à melodia uma rigidez quase mecânica, trava sua evolução, torna-a menos nítida, mais quebrada, quase falada. O canto é áspero, parece adquirir o timbre da guitarra, um canto diferente daquele ao que nos acostumamos. Mesmo seu falsete se modifica, perde o lirismo de 'Eu Sei que Vou te Amar', parece mais o canto estridente das pastoras de escola de samba. A letra, inventiva como de costume, confere um vocabulário inédito a sua lírica, mais erótico do que já foi, quase pornográfico. Ela se desenvolve fraturada pelo groove da banda, é difícil entender sobre o que fala a canção. As rimas, quando se tem, são estranhíssimas. Pode não ser nada novo, acusação a que estamos condenados a ouvir, mas não deixa de ser relevante a movimentação que o som dessa banda causou à musica de Caetano.

Quando começa essa geração? Há quem fale em Marisa Monte (de novo o Skylab). Há quem aponte de Los Hermanos.
Reconheço a importância da Marisa Monte para a música produzida hoje e Los Hermanos como o caso de maior sucesso da minha geração. Mas eu vejo como sendo o início desta geração, que produz a música com a qual me identifico, a cena carioca que em meados de 1990. Gravitava em torno dos Mulheres Q Dizem Sim e seus integrantes e que, mais tarde, fariam parte ou influenciariam trabalhos dos mais importantes na última década, como o Acabou La Tequila, o +2, a Orquestra Imperial, o próprio Los Hermanos e tantos outros. Isso para falar só nos artistas cariocas, mas essa música produzida por eles influenciou artistas do Brasil todo. Eu, particularmente, me sinto muito próximo dessa cena.

O que é preciso para que essa sensação de "fase de transição" termine? Que a indústria, o que quer que ela venha a ser, encontre seu caminho? Ou é uma questão existencial dos artistas?
Tempo, é preciso tempo, mas parece que não o teremos mais.

Qual é o maior equívoco que a imprensa em geral comete em relação aos artistas pós-queda da indústria?
O principal equívoco é não falar de música. Entendo que o jornalismo esteja passando por uma crise muito semelhante à nossa, com o iminente fim de formatos estabelecidos e com as novas formas de apreensão ao nosso trabalho. Mas penso que seria muito mais rico, para todo mundo, se tentássemos entender este momento em que vivemos, através da produção autoral. Minha geração foi afastada do conceito de autoria. É entendida como um todo, sem se singularizar --e este é um erro não só do jornalismo, mas do ouvinte em geral. Não somos parecidos, somos muito diversos. Mas insistem em nos ligar e isso se dá menos por um pensamento crítico, mas muito mais por uma análise, quase sociológica. Eu, por exemplo, sou muito mais reconhecido pelo que penso, pelo que falo em entrevistas, que por meus discos. Não que não me interesse pela discussão --muito pelo contrário. Mas ficaria muito mais satisfeito se ela surgisse estimulada por minhas canções e não por minha fala. Acredite: tudo o que digo está incorporado à minha canção e construído ao longo dos meus quatro discos. Mas, nesse tempo de agora, parece não mais haver espaço para a fruição estética.

Nenhum comentário: