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domingo, 22 de janeiro de 2012

Concentra, Mas Não Sai. Alegria, brilho e disposição

Por Julia Lopes
Fotos Edimar Soares

Fantasiado de alegria, brilho e disposição, o público festejou a primeira noite do bloco Concentra, Mas Não Sai, que tomou a Praça do Ferreira na noite de ontem.


E, como de costume, se dançou suor e cerveja, misturando por ali mascarados, velhinhos e crianças. Todos espalhados pela Praça, sem apertos - o que deixou o entrançado dos dançarinos algo mais eloquente. (Nada parecido com outras festas já queridas pela cidade, como o Pré-Canaval que acontece na Praia de Iracema - e mesmo de anos anteriores do próprio Concentra, ali no Centro).
No Pré-Carnaval celebrado ontem, ficou fácil marcar de encontrar os amigos, de se achar e de dançar puxando pelo braço.

"Acho tão bonito essas alegorias", comentava a feirante Silvia Moura, 46, quietinha num canto da Praça. Mesmo que não estivesse empolgada para dar um passo adentro da folia, ela ficava feliz em observar. Passava por ela uma freira de movimentos lascivos, um Chapolin vendedor de bugingangas, um folião de colar de havaiano.


Poucos metros dali, de braços abertos, cantando a toda voz, ao mesmo tempo em que trotavam compassadamente, os irmãos Pedro e Chico Cardoso reclamavam por Aurora, que não era sincera, ô, ô, ô.


As pequenas Maria Clara e Maria Luiza, as duas de três anos, foram de princesa e fadinha. E como as outras mulheres da família, elas dançavam, sorriam e achavam tudo divertido. "Eu vim com a minha mãe, minha filha, minha prima. É muito massa aqui", comentava uma delas, Socorro Guerra, 57, que também desfila no Carnaval, no Maracatu Rei do Congo. "E nas Bruxas, e no Bloco Doido é tu", dizia de novo, tentando abafar o barulho da banda de cima do palco montado.

Um dos organizadores do bloco atentou para a ausência das barracas fixas que antes vendiam bebidas e comidas. Os banheiros químicos formavam filas, mas o entorno parecia estar protegido dos descuidados. Táxis eram poucos, e não foi necessário conter o trânsito - ele praticamente não existia.

CURTI

MISTURA
Ao contrário da frase feita que repreende a origem diversificada dos foliões, o Concentra fica ainda mais divertido por ter um público de várias cores, idade e classe social. É na mistura que ele se fortalece.

QUEM LEVOU ISOPOR
Alguns foliões foram precavidos e levaram eles sua própria bebida. O gasto é menor e o conforto maior.

FANTASIAS
Muitos foliões brincaram de fantasias feitas por eles mesmos, com muitobrilho e movimento. Já os adereços femininos faziam a cabeça das mais discretas

NÃO CURTI

POUCOS AMBULANTES
Para cerveja, água ou refrigerante, era preciso dar uma voltinha pela Praça do Ferreira e procurar pelos ambulantes

VIDA INDIGNA
Na Praça moram pessoas esquecidas pelo poder público. Alguns deles com filhos crianças, sem condições mínimas de sobrevivência.

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