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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Há um perigo rondando o nosso Pré-Carnaval

Por Magela Lima

Ouvi uma, duas, três vezes. Chega. É como diz o ditado. Há um discurso, no mínimo equivocado, que vem ganhando voz entre algumas lideranças dos blocos de Pré-Carnaval. Discurso que deveria era ser dado por encerrado. Fala-se que a festa chegou ao seu limite de público. Já? Muitos dos responsáveis pela folia olham para a multidão que se forma atrás de seus cordões com ar de preocupação, quando deveriam estar comemorando.

Nada em Fortaleza foi tão bem sucedido nos últimos tempos como esse movimento que se articula em torno da ideia do Pré-Carnaval. Fortaleza, nesses seis últimos anos em que a Prefeitura decidiu colaborar mais diretamente com a folia, viu suas ruas se colorirem, viu novos grupos se articularem, memórias serem resgatadas e paradigmas sociais serem vencidos. O Pré-Carnaval movimenta Fortaleza e é o movimento que dá vida a uma cidade. Uma cidade parada é uma cidade morta.

Daí, ser um erro frases do tipo “não, a gente não quer mais divulgar nossa programação na imprensa, que é para não vir mais gente do que já vem” ou “na semana que vem, não precisa mais vocês chamarem ninguém; venham só vocês mesmos, que aqui já está lotado”. Antes de querer limitar o acesso, um absurdo já que as festas acontecem em espaço e com dinheiro público, o que se deveria era entender a alegria como um direito conquistado. A festa cresceu? Maravilha! Então, que se batalhe agora para que a multidão seja tratada de forma digna.

A lógica é justamente o contrário. Se falta segurança e organização de trânsito, por exemplo, por que não reivindicar isso dos órgãos competentes ao invés de jogar o caos na cota de responsabilidade da multidão? Fosse assim, jamais o famoso Galo da Madrugada e seus 34 anos de história (sim, o maior bloco de rua do mundo não tem 300 anos, não) seriam o que são hoje no Carnaval do Recife. Eu, que brinco esta retomada do Pré-Carnaval de Fortaleza desde quando ele não passava de um encontro de meia dúzia de amigos, prefiro vê-lo crescendo sempre e mais, que minguando atenção. Festa boa é festa cheia. O resto é consequência.

Um comentário:

Anônimo disse...

É justo.
Acho que o texto mais sensato que li sobre essa polêmica dos prés...
Acabar e/ou limitar uma festa maravilhosa por que o governo não cumpre suas obrigações??? Paciência, né?!