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terça-feira, 26 de agosto de 2014

Dori Caymmi - 26 de agosto de 1943




Desenredo
Composição: Dori Caymmi / Paulo César Pinheiro

Por toda terra que passo me espanta tudo que vejo
A morte tece seu fio de vida feita ao avesso
O olhar que prende anda solto
O olhar que solta anda preso
Mas quando eu chego eu me enredo
Nas tranças do teu desejo
O mundo todo marcado à ferro, fogo e desprezo
A vida é o fio do tempo, a morte o fim do novelo
O olhar que assusta anda morto
O olhar que avisa anda aceso
Mas quando eu chego eu me perco
Nas tramas do teu segredo
Ê Minas, ê Minas, é hora de partir, eu vou
Vou-me embora pra bem longe
A cera da vela queimando, o homem fazendo seu preço
A morte que a vida anda armando, a vida que a morte anda tendo
O olhar mais fraco anda afoito
O olhar mais forte, indefeso
Mas quando eu chego eu me enrosco
Nas cordas do seu cabelo
Ê Minas, ê Minas, é hora de partir, eu vou
Vou-me embora pra bem longe...

Manacéa - 26 de agosto de 1921

Manhã Brasileira com Manacéa.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Dona Ivone Lara canta...

Este samba cabe perfeitamente nos quiproquós que permeiam nossa política. Tanto no federal como no estadual. E como o samba, agoniza mas não morre, ele também resolve ou canta estas pendências eleitorais.

O samba é Tendência, do Jorge Aragão e Dona Ivone Lara, aqui cantado por Dona Ivone Lara.
Dona Ivone é a nossa protetora, no mês de agosto, no Falso Amor Sincero.



TENDÊNCIA (Jorge Aragão e Dona Ivone Lara)

Não... pra que lamentar
O que aconteceu... era de esperar
Se eu lhe dei a mão... foi por me enganar
Foi sem entender, que amor não pode haver
Sem compreensão, a desunião... tende aparecer
E aí está... o que aconteceu
Você destruiu... o que era seu

Você entrou na minha vida
Usou e abusou, fez o que quis
E agora se desespera, dizendo que é infeliz
Não é surpresa pra mim, você começou pelo fim
Não me comove o pranto de quem é ruim, e assim
Quem sabe essa mágoa passando
Você venha se redimir
Dos erros que tanto insistiu por prazer
Pra vingar-se de mim

Diz que é carente de amor
Então você tem que mudar
Se precisar, pode me procurar... procurar
Se precisar, pode me procurar




Aracy de Almeida - 19 de agosto de 1914

terça-feira, 19 de agosto de 2014

TUCO NO FALSO AMOR SINCERO - 09 DE AGOSTO DE 2014

Por Marcus Vinicius


Tuco Pellegrino























































Mordaça (Eduardo Gudin e Paulo César Pinheiro) 1976

Por Marcus Vinicius

Para aqueles e aquelas jovens que nunca viveram um estado de exceção - uma ditadura - mas que insistem, hoje, em dizer que vivemos.

Oh tempus! Oh mores!



Mordaça (Eduardo Gudin e Paulo César Pinheiro)

TUDO O QUE MAIS NOS UNIU SEPAROU
TODO O QUE TUDO EXIGIU RENEGOU
DA MESMA FORMA QUE QUIS RECUSOU
O QUE TORNA ESSA LUTA IMPOSSÍVEL E PASSIVA

O MESMO ALENTO QUE NOS CONDUZIU DEBANDOU
TUDO O QUE TUDO ASSUMIU DESANDOU
TUDO QUE SE CONSTRUIU DESABOU
O QUE FAZ INVENCÍVEL A AÇÃO NEGATIVA

É PROVÁVEL QUE O TEMPO FAÇA A ILUSÃO RECUAR
POIS TUDO É INSTÁVEL E IRREGULAR
E DE REPENTE O FUROR VOLTA
O INTERIOR TODO SE REVOLTA
E FAZ NOSSA FORÇA SE AGIGANTAR

MAS SÓ SE A VIDA FLUIR SEM SE OPOR
MAS SÓ SE O TEMPO SEGUIR SEM SE IMPOR
MAS SÓ SE FOR SEJA LÁ COMO FOR
O IMPORTANTE É QUE A NOSSA EMOÇÃO SOBREVIVA

E A FELICIDADE AMORDACE ESSA DOR SECULAR
POIS TUDO NO FUNDO É TÃO SINGULAR
É RESISTIR AO INEXORÁVEL
O CORAÇÃO FICA INSUPERÁVEL
E PODE EM VIDA IMORTALIZAR




quarta-feira, 13 de agosto de 2014

A vida não é justa

por Sandra Helena de Souza

Tomei conhecimento do delicioso livro da juíza Andréa Pachá por ocasião do seu lançamento em 2012, através de matérias e entrevistas que a autora concedeu em diversos veículos, impressos e televisivos. O título provocador não me deixou indiferente. Por uma série de razões adiei a compra do livro, dentre elas as atribulações de uma vida típica de professora e também o receio de ver meus próprios dramas relativizados. Alguns entre nós temos certa predileção, apego mesmo aos próprios danos, acreditando que atravessá-los sem autopiedade é a única saída. Faço parte desse time de malucos.

Nesse intervalo, participei de dois seminários promovidos por jovens alunas do curso de Psicologia da Unifor, cujo tema era o amor. No primeiro, em 2013, onde os convidados palestrantes fomos reunidos por perspectivas epistêmicas, e onde eu representava, vejam que pretensão das meninas, a ‘visão filosófica’ do amor, aproveitei para fazer uma catarse pública de meus demônios nessa matéria lendo um de meus artigos publicados nessa sessão, no ano de 2012, um dos mais comentados e compartilhados, de título ‘O Nosso Amor de Ontem’, onde eu me despedia, ainda sem disso ter plena consciência, de um grande amor que se exauria de modo irreversível. Na ocasião, afirmando que me dirigia às ‘vítimas’ do amor, levei a imensa plateia às lágrimas, com voz embargada e tomada de forte emoção. Isso me valeu um segundo convite para edição do mesmo evento agora em 2014, quando fiz a plateia rir das diatribes de quem já se considerava uma ‘sobrevivente’ do amor, disposta a dar lições, vejam que pretensão, para as jovens gerações, que ainda serão elas mesmas talhadas por essa experiência ímpar e tão decisiva que é o (des)enlace amoroso. Nesse dia também criei arestas pueris e desnecessárias.

Era hora de ler o livro. Fiquei encantada. Vi que de fato nossas dores nunca são tão assombrosas, ou as piores. O buraco sempre pode ser maior nesse mundão de desentendimentos, incompreensões, e, sobretudo deslealdades afetivas.. Só que, na condição de juíza da vara de família, a autora que tem por profissão solucionar dramas terríveis, e outros nem tanto, conseguiu, de modo despretensioso, aquilo que eu tentara sem muito sucesso: proporcionar uma paidea amorosa-familiar às avessas, e sem oferecer lições, apresenta de modo leve e quase jocoso, uma ‘etnografia de corações partidos’, entre casais e pais e filhos.

Para minha honra e júbilo, o juiz Leonardo Resende Martins, diretor do Foro da Justiça Federal do Ceará, me fez convite irrecusável: participar como debatedora da palestra de Andréa Pachá, amanhã à tarde, sobre seu magnífico livro. Sim, eu concordo com ela: ‘a vida não é justa’. A natureza também não é. Mas não podemos abdicar da coragem da verdade sobre isso. E nunca desistir de sobreviver às injustiças com dignidade e certa alegria. E oferecermos para as jovens gerações um pouco daquilo que aprendemos sobre a humanidade em nós. Pode sim fazer diferença para os egóticos corações partidos.

http://www.opovo.com.br/app/opovo/opiniao/2014/08/13/noticiasjornalopiniao,3297220/a-vida-nao-e-justa.shtml

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Esquecimento (Vicente Celestino - Mário Rossi)



Esquecimento - Tango-Canção
Música: Vicente Celestino. Letra: Mario Rossi.



No amor, a posse é o lindo prêmio cobiçado:
D'ela dimana a mais excelsa embriaguez...
Supremo culto de carinho e de pecado
Que vale a pena se tentar mais de uma vez.
Um grande amor floresce e morre, num momento,
Sob a eclosão do mesmo olhar que o germinou...
Depois de tudo é natural o esquecimento
Que o tédio deixa sobre o sonho que passou.

Eu não recordo o nosso amor...
- enganador...
O rompimento é natural
- e sempre igual...
Quem vive: sofre...
O amor só traz desilusão
Ao triste cofre que se chama: coração!

Não sei porque, eu penso em ti neste momento!
Em que releio tantos versos que eu te fiz!...
Se o nosso amor já naufragou no esquecimento
Porque será que estou chorando e sou feliz?...
- Quisera odiar-te, para sempre, alma fingida,
Mas, pouco a pouco estou perdendo esta ilusão:
Tu viverás dentro de mim por toda a vida
Porque a saudade não me sai do coração...

Eu não recordo o nosso amor...
- enganador...
O rompimento é natural
- e sempre igual...
Quem vive: sofre...
O amor só traz desilusão
Ao triste cofre que se chama: coração!

A Tragédia do Som

Pro Mateus, Bruno, Felipe, Alan, Roberto B. Leite, Gil Sá, Eva e Alfredo Pessoa.

Falso Amor Sincero - 2 de agosto 2014












Cida Olímpio