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sexta-feira, 29 de abril de 2011

Revista Farol # 5

o farol velho e o novo são os olhos do mar
São os olhos do mar, são os olhos do mar
O velho que apagado, o novo que espantado, vento a vida espalhou"
Ednardo




Saiu a #5 da Revista Farol. Nesta temos Babau do Pandeiro, Solitários Futebol Clube, As invenções e virações nas ruas e como matéria de capa De frente para o Mar. um detalhe: Cinco mulheres assinam os textos enquanto os homens ficam com as fotos. 


Farol faz a diferença.


O primeiro número saiu  em outubro de 2006. Pena que esta excelente publicação não tenha periodicidade, é praticamente um número a cada ano.


A revista é da Prefeitura Municipal de Fortaleza, a editora geral é Ethel de Paula, e tem distribuição gratuita.


Contatos: Secultfor, telefones (85)3105.1386 E 3105.1146. Endereço eletrônico: revistafarol@gmail.com

O PASTOR HEREGE


“Deus nos livre de um Brasil evangélico.” Quem afirma é um pastor, o cearense Ricardo Gondim. Segundo ele, o movimento neopentecostal se expande com um projeto de poder e imposição de valores, mas em seu crescimento estão as raízes da própria decadência. Os evangélicos, diz Gondim, absorvem cada vez mais elementos do perfil religioso típico dos brasileiros, embora tendam a recrudescer em questões como o aborto e os direitos homossexuais. Aos 57 anos, pastor há 34, Gondim é líder da Igreja Betesda e mestre em teologia pela Universidade Metodista. E tornou-se um dos mais populares críticos do mainstream evangélico, o que o transformou em alvo. “Sou o herege da vez”,  diz na entrevista a seguir.

CartaCapital: Os evangélicos tiveram papel importante nas últimas eleições. O Brasil está se tornando um país mais influenciável pelo discurso desse movimento?
Ricardo Gondim: Sim, mesmo porque, é notório o crescimento do número de evangélicos. Mas é importante fazer uma ponderação qualitativa. Quanto mais cresce, mais o movimento evangélico também se deixa influenciar. O rigor doutrinário e os valores típicos dos pequenos grupos se dispersam, e os evangélicos ficam mais próximos do perfil religioso típico do brasileiro.
CC: Como o senhor define esse perfil?
RG: Extremamente eclético e ecumênico. Pela primeira vez, temos evangélicos que pertencem também a comunidades católicas ou espíritas. Já se fala em um “evangelicalismo popular”, nos moldes do catolicismo popular, e em evangélicos não praticantes, o que não existia até pouco tempo atrás. O movimento cresce, mas perde força. E por isso tem de eleger alguns temas que lhe assegurem uma identidade. Nos Estados Unidos, a igreja se apega a três assuntos: aborto, homossexualidade e a influência islâmica no mundo. No Brasil, não é diferente. Existe um conservadorismo extremo nessas áreas, mas um relaxamento em outras. Há aberrações éticas enormes.
CC: O senhor escreveu um artigo intitulado “Deus nos Livre de um Brasil Evangélico”. Por que um pastor evangélico afirma isso?
RG: Porque esse projeto impõe não só a espiritualidade, mas toda a cultura, estética e cosmovisão do mundo evangélico, o que não é de nenhum modo desejável. Seria a talebanização do Brasil. Precisamos da diversidade cultural e religiosa. O movimento evangélico se expande com a proposta de ser a maioria, para poder cada vez mais definir o rumo das eleições e, quem sabe, escolher o presidente da República. Isso fica muito claro no projeto da Igreja Universal. O objetivo de ter o pastor no Congresso, nas instâncias de poder, é o de facilitar a expansão da igreja. E, nesse sentido, o movimento é maquiavélico. Se é para salvar o Brasil da perdição, os fins justificam os meios.
CC: O movimento americano é a grande inspiração para os evangélicos no Brasil?
RG: O movimento brasileiro é filho direto do fundamentalismo norte-americano. Os Estados Unidos exportam seu american way oflife de várias maneiras, e a igreja evangélica é uma das principais. As lideranças daqui leem basicamente os autores norte-americanos e neles buscam toda a sua espiritualidade, teologia e normatização comportamental. A igreja americana é pragmática, gerencial, o que é muito próprio daquela cultura. Funciona como uma agência prestadora de serviços religiosos, de cura, libertação, prosperidade financeira. Em um país como o Brasil, onde quase todos nascem católicos, a igreja evangélica precisa ser extremamente ágil, pragmática e oferecer resultados para se impor. É uma lógica individualista e antiética. Um ensino muito comum nas igrejas é a de que Deus abre portas de emprego para os fiéis. Eu ensino minha comunidade a se desvincular dessa linguagem. Nós nos revoltamos quando ouvimos que algum político abriu uma porta para o apadrinhado. Por que seria diferente com Deus?
CC: O senhor afirma que a igreja evangélica brasileira está em decadência, mas o movimento continua a crescer.
RG: Uma igreja que, para se sustentar, precisa de campanhas cada vez mais mirabolantes, um discurso cada vez mais histriônico e promessas cada vez mais absurdas está em decadência. Se para ter a sua adesão eu preciso apelar a valores cada vez mais primitivos e sensoriais e produzir o medo do mundo mágico, transcendental, então a minha mensagem está fragilizada.
CC: Pode-se dizer o mesmo do movimento norte-americano?
RG: Muitos dizem que sim, apesar dos números. Há um entusiasmo crescente dos mesmos, mas uma rejeição cada vez maior dos que estão de fora. Hoje, nos Estados Unidos, uma pessoa que não tenha sido criada no meio e que tenha um mínimo de senso crítico nunca vai se aproximar dessa igreja, associada ao Bush, à intolerância em todos os sentidos, ao Tea Party, à guerra.
CC: O senhor é a favor da união civil entre homossexuais?
RG: Sou a favor. O Brasil é um país laico. Minhas convicções de fé não podem influenciar, tampouco atropelar o direito de outros. Temos de respeitar as necessidades e aspirações que surgem a partir de outra realidade social. A comunidade gay aspira por relacionamentos juridicamente estáveis. A nação tem de considerar essa demanda. E a igreja deve entender que nem todas as relações homossensuais são promíscuas. Tenho minhas posições contra a promiscuidade, que considero ruim para as relações humanas, mas isso não tem uma relação estreita com a homossexualidade ou heterossexualidade.
CC: O senhor enfrenta muita oposição de seus pares?
RG:  Muita! Fui eleito o herege da vez. Entre outras coisas, porque advogo a tese de que a teologia de um Deus títere, controlador da história, não cabe mais. Pode ter cabido na era medieval, mas não hoje. O Deus em que creio não controla, mas ama. É incompatível a existência de um Deus controlador com a liberdade humana. Se Deus é bom e onipotente, e coisas ruins acontecem, então há algo errado com esse pressuposto. Minha resposta é que Deus não está no controle. A favela, o córrego poluído, a tragédia, a guerra, não têm nada a ver com Deus. Concordo muito com Simone Weil, uma judia convertida ao catolicismo durante a Segunda Guerra Mundial, quando diz que o mundo só é possível pela ausência de Deus. Vivemos como se Deus não existisse, porque só assim nos tornamos cidadãos responsáveis, nos humanizamos, lutamos pela vida, pelo bem. A visão de Deus como um pai todo-poderoso, que vai me proteger, poupar, socorrer e abrir portas é infantilizadora da vida.
CC: Mas os movimentos cristãos foram sempre na direção oposta.
RG: Não necessariamente. Para alguns autores, a decadência do protestantismo na Europa não é, verdadeiramente, uma decadência, mas o cumprimento de seus objetivos: igrejas vazias e cidadãos cada vez mais cidadãos, mais preocupados com a questão dos direitos humanos, do bom trato da vida e do meio ambiente.

http://www.cartacapital.com.br/sociedade/o-pastor-herege

terça-feira, 26 de abril de 2011

Democracia e Religião

Por Vladimir Safatle

O Ocidente bloqueou campo político no Oriente Médio e facilitou a ascensão dos fundamentalismos


As reações de setores da opinião pública às revoltas no mundo árabe expõem um belo sistema projetivo. Pois podemos dizer que, muitas vezes, eles acabam por projetar, como se fosse exclusividade do Oriente Médio, problemas que são também nossos. Um exemplo paradigmático aqui é a relação entre política e religião.
Gostamos de acreditar que nossas sociedades ocidentais são sistemas políticos laicos, no interior dos quais a força das crenças religiosas deu lugar à possibilidade de uma confrontação eminentemente política, no mais das vezes técnica e racional. Para nós, isso representaria um ganho dos processos de modernização que ainda não teria sido alcançado pelo mundo árabe. Dessa forma, conservamos o velho esquema da supremacia cultural do Ocidente e de seu pretenso progresso histórico.
No entanto, essa versão é dificilmente sustentável. Primeiro, porque nossas sociedades não conseguiram resolver o problema de sua laicidade. Basta lembrar como a última eleição presidencial no Brasil virou um conflito a respeito de temas ligados à maneira com que dogmas religiosos relativos à família e à procriação interferem na gestão da vida social. Quem esqueceu a maneira com que candidatos à Presidência beijaram imagens de santos? Mas como ignorar que a maioria da população brasileira é católica e tem o direito de expressar suas convicções, fazer-se ouvir no momento de decidir sobre a configuração das leis do Estado? Bem, basta tirarmos a palavra
“católica” e colocarmos a palavra “muçulmana” para repetirmos o mesmo tipo de discurso veiculado por organizações como a Irmandade Muçulmana.
Mas deixemos de lado o Brasil. Lembraria que uma das perguntas tradicionais nos debates televisivos da eleição presidencial norte-americana é exatamente “qual trecho da Bíblia o senhor prefere?”. Lembraria também que a Alemanha é governada por um partido que se diz democrata-
cristão. Certamente os não cristãos não conseguem entender por que devam ser governados por um partido que diz defender os valores cristãos.
Poderíamos tentar contemporizar esse fato dizendo que o cristianismo é totalmente compatível com a democracia. Mas talvez seria mais correto afirmar que a democracia é, simplesmente, indiferente ao cristianismo (ou ao budismo, ao islamismo, ao judaísmo etc.).
O cristianismo, por sua vez, pode ser extremamente excludente, persecutório e intolerante contra aqueles que não comungam seus dogmas.
Devemos lembrar esses pontos para afirmar que a relação entre política e religião está longe de ser uma questão resolvida, tanto no Ocidente quanto no Oriente. O Oriente Médio precisará inventar um meio de equalizar esse problema, da mesma forma que nós também precisamos. Nossas conquistas nesse campo são mais frágeis do que imaginamos.
No entanto, nossa desconfiança em relação ao que se passa atualmente no Oriente Médio talvez venha, em larga medida, do medo que temos do caráter violento do fundamentalismo islâmico. Melhor seria lembrar como tal fundamentalismo é um fenômeno recente. Ele tem, no máximo, 30 anos. Países hoje com grandes contingentes de fundamentalistas, como o Afeganistão, eram, até a década de 1970, animados por lutas políticas laicas.
Nesse sentido, não esqueçamos que tal recrudescência do sentimento religioso no Oriente Médio é o resultado direto de um longo bloqueio, patrocinado pelo Ocidente, de modificações políticas nos países árabes. Desde os anos 1950, o Ocidente vem sistematicamente minando todos os movimentos políticos árabes de autodeterminação e independência. O caso da conspiração contra o líder nacionalista iraniano Mossadegh é aqui paradigmático.
Por outro lado, os regimes mais corruptos e totalitários da região foram apoiados de maneira irrestrita pelo Ocidente (Paquistão, Arábia Saudita, Jordânia, Tunísia, Egito). Ou seja, a experiência cotidiana de um árabe em relação aos valores modernizadores e democráticos ocidentais é que eles servem apenas para justificar o contrário do que pregam. Os árabes fizeram a prova do caráter formalista e “flexível” dos valores ocidentais.
Nesse ambiente de cinismo e bloqueio do campo político, o retorno à tradição religiosa com suas promessas de revitalização moral é sempre uma tendência. Foi isso que aconteceu. Ou seja, não se trata aqui de traço arcaizante nenhum típico de civilizações refratárias ao nosso “choque civilizatório”. Trata-se de um sintoma recente de bloqueio do potencial transformador do campo político. Por isso, podemos esperar que essa nova vaga de revolta política no Oriente Médio permita a reconstrução do campo político e o esvaziamento de tendências fundamentalistas.

vladimirsafatle@revistacult.com.br

http://revistacult.uol.com.br/home/2011/04/democracia-e-religiao/

O meu Buena Vista tem pressa!

Por Lucio de Castro

Foi uma das maiores atrocidades da história contemporânea do Brasil. Os anos de chumbo estavam no auge. Comportamentos arbitrários eram regra naqueles tempos. Juntando-se a atmosfera da ditadura com a ganância da especulação imobiliária e o total desprezo por aqueles que são invisíveis socialmente para alguns criminosos de colarinho branco, a noite de 10 de maio de 1969 foi o cenário para uma das mais sórdidas ações que se tem notícia. 

No coração do Rio de Janeiro, abençoada por uma localização espetacular, entre a Lagoa Rodrigo de Freitas e a praia do Leblon, colada ao Clube de Regatas do Flamengo, existia a Favela da Praia do Pinto. Berço de gente ordeira e muito talentosa, como veremos adiante. Não tenho dúvidas em afirmar: o metro quadrado mais talentoso do esporte brasileiro em todos os tempos, sem ficar muito atrás na música e na poesia. Ali Vinícius de Moraes fazia noitadas, e tirou inspiração para muito do que assombrou o mundo em “Orfeu”. Cinco escolas de samba brotavam no exíguo espaço, tamanho o talento. 

Ali morou um monstro sagrado, cujo talento merecia ser muito mais lembrado e reverenciado ainda hoje: Monsueto, de versos geniais, músicas inesquecíveis, pintor de talento e humorista não menos talentoso. E craques em profusão. 



Era uma ofensa para alguns aquela gente ocupando lugar tão nobre do Rio. Na impossibilidade de serem tirados todos e varridos, como era moda na época, nas não menos absurdas remoções que varriam para lugares então remotos os mais pobres, os tais criminosos de colarinho branco não tiveram dúvidas: atearam fogo na favela. Afinal, eram pobres, negros e favelados ali mesmo, espécie de senzala moderna para essas pessoas...

Até hoje não se sabe sobre mortos, feridos. É sabido que todos perderam suas casas. Muitos foram para a Cidade de Deus, (o filme de mesmo nome tem parte onde mostra a essência e o espírito dessas remoções), outros para Cordovil, e mais alguns para outros conjuntos residenciais, longe de seus empregos e de onde viviam. Alguns foram parar na recém construída Cruzada São Sebastião, obra de um dos santos e herois desse país, Dom Heldér Câmara, conjunto residencial perto de onde estavam, no Leblon. Apesar de todos os gritos preconceituosos que sofriam de gente que não queria “aqueles favelados” perto. 

Foi nessa Cruzada que, sabe-se lá a razão, surgiram inúmeros talentos para o esporte brasileiro. Adílio, Júlio César Uri Geller ( que aos 7 anos fugiu de seu barraco em chamas naquele 10 de maio), Paulinho Pereira, Rui Rei, Ernani (que jogou no Vasco e hoje seria um talento milionário, faria carreira em um grande da Europa), Dominguinhos (vindo da Praia do Pinto, jogou no Flamengo e depois em um Campo Grande que tinha Barbosa no gol), Antunes (lateral que jogou no Flamengo de Zico), Almir (monstro do basquete), e tantos outros, de tantos outros esportes. Um time de futebol de praia que marcou época, invicto por muito tempo.

E versos maravilhosos, nos sambas que viravam a noite do Rio e ainda viram na noite da Cruzada. No entanto, dramaticamente, o registro de muito dessas pérolas de nossa poesia e música vão se perdendo. Por serem obras de poetas nem sempre reconhecidos, sem serem gravados, chegaram até aqui pelas mãos dos mais velhos, alguns, por tradição oral, passando de pais para filhos. Mas a geração da Praia do Pinto vai envelhecendo, alguns se indo...

Muitas vezes fico por ali ouvindo algumas dessas pérolas. Os velhos lembrando sambas antológicos, como o de um tal Ari Meganha, bamba da época no pedaço, autor de versos lancinantes: “diga-me se tem amizade, não posso viver na indecisão, só quero saber pra aliviar meu coração: Diga-se me quer ou não”). A cada vez, sinto imensa dor de ver isso se perdendo e um pouco de impotência. Numa tentativa se salvar tamanho patrimônio, pensei em algo como o que Marisa Monte fez com a Velha Guarda da Portela, magistral resgate de letras históricas. Cometi a ousadia de falar com Sérgio Cabral (o pai, claro) há algum tempo, para ver o que podia ser feito. Gostou da ideia, quem sabe...Num Baixo desses da vida, ou numa Lapa, já não lembro bem, esbarrei com Teresa Cristina e trocamos essa ideia, bem vista por ela também. Recentemente, ela mesmo regravou lindamente a linda “Me Deixa em Paz”, (obra prima de Monsueto) com Seu Jorge.
Alguns dos personagens desse Buena Vista carioca são depositários de verdadeiros tesouros. O meu Buena Vista tem pressa, a vida corre...



http://espn.estadao.com.br/luciodecastro/post/188261_O+MEU+BUENA+VISTA+TEM+PRESSA

domingo, 24 de abril de 2011

Carlos Galhardo - 24 de abril de 1913 (2)



Fascinação

Composição : F.D.Marchetti / M.de Feraudy / (Versão Armando Louzada)



Os sonhos mais lindos sonhei,
De quimeras mil um castelo, ergui,
E no teu olhar, tonto de emoção,
Com sofreguidão, mil venturas previ...
O teu corpo é luz, sedução,
Poema divino, cheio de esplendor,
Teu sorriso, prende, inebria, entontece,
És fascinação, amor!
Vivo com o passado, a sonhar
Vendo-te, ainda, em meu coração,
Mas, tudo, promessas, quimeras, mentiras,
Da tua Fascinação.

Carlos Galhardo - 24 de abril de 1913



Se ela Perguntar (Jair Amorim e Dilermano Reis)

Se ela um dia, por acaso perguntar por mim
Diga, por favor, que eu sou feliz ...
É preciso a própria mágoa disfarçar assim,
Dissimulando a dor à sombra de um sorriso...
Coração talvez não tenha aquela por quem dei
Tudo o que sofri e que sonhei
Estrela solitária que no céu do meu amor
Eternamente, desde que brilhou,
Nunca se apagou!
Esperança de revê-la ainda
Amargura de poder somente
Suplicar por ela, assim, alucinadamente
Na paixão / Que é perdição / No amor
Que sempre é dor
Feliz porque não diz / As lágrimas que
Sempre, sempre, esconderei sorrindo
Desfolhando apenas malmequeres.
Pois ferir o coração é próprio das mulheres
É sofrer, mesmo assim, é VIVER!

sábado, 23 de abril de 2011

Pixinguinha - 23 de abril de 1897 (2)


Pixinguinha - 23 de abril de 1897

Jorge da Capadócia - Jorge Ben Jor



Jorge da Capadócia (Jorge Ben Jor)


Jorge sentou praça na cavalaria
E eu estou feliz porque eu também sou da sua companhia
Eu estou vestido com as roupas e as armas de Jorge
Para que meus inimigos tenham pés, não me alcancem
Para que meus inimigos tenham mãos, não me peguem, não me toquem
Para que meus inimigos tenham olhos e não me vejam
E nem mesmo um pensamento eles possam ter para me fazerem mal
Armas de fogo, meu corpo não alcançará
Facas, lanças se quebrem, sem o meu corpo tocar
Cordas, correntes se arrebentem, sem o meu corpo amarrar
Pois eu estou vestido com as roupas e as armas de Jorge
Jorge é de Capadócia, viva Jorge!
Jorge é de Capadócia, salve Jorge!
Perseverança, ganhou do sórdido fingimento
E disso tudo nasceu o amor
Perseverança, ganhou do sórdido fingimento
E disso tudo nasceu o amor
Ogam toca pra Ogum
Ogam toca pra Ogum
Ogam, Ogam toca pra Ogum
Jorge é da Capadócia
Jorge é da Capadócia
Jorge é da Capadócia
Jorge é da Capadócia
Ogam toca pra Ogum
Ogam toca pra Ogum
Jorge sentou praça na cavalaria
E eu estou feliz porque eu também sou da sua companhia
Ogam toca pra Ogum
Ogam toca pra Ogum
Jorge da Capadócia (várias vezes)

23 de Abril - São Jorge e Ogum


quarta-feira, 20 de abril de 2011

Um presente para Fortaleza


Por José Borzacchiello da Silva

O Jardim Japonês é lindo e Fortaleza ficou muito mais engalanada com ele! Escondido por tapumes, não poderia imaginar a joia que se guardava para ser ofertada à cidade. É muito bom ver Fortaleza sendo presenteada com um mimo feito com tanto esmero e sensibilidade. O Jardim é o sinal de que nem tudo está perdido.

Há pouco mais de um mês a cidade viu-se fracionada de sua paisagem com a derrubada de 52 árvores num quarteirão da Aldeota. Agora, felizmente, ganha um espaço cênico de extrema beleza, um convite à fruição da paisagem e à contemplação. Localizado na Volta da Jurema o projeto do jardim tirou partido do declive do terreno, criando vários ambientes. Senti-me num labirinto agradável, cheio de surpresas.

Aqui uma parede repleta de verde com pontos de saída de água, mantendo a umidade e um ruído agradável - um verdadeiro deleite para os sentidos, ali um espaço mais recolhido que parece afastar-nos do dinamismo urbano.

No alto, em vermelho, uma ponte de madeira, tão característica dos jardins nipônicos. Coroando a topografia do terreno, em meio a um ambiente extremamente mineralizado com rochas coloridas, um coreto, espécie de templo ou pagode, convida-nos a uma parada.

Do Jardim, belos ângulos do mar, da Volta da Jurema, do Calçadão. O entorno verticalizado não impede que os olhares sejam voltados para os detalhes de seu interior.

Nos seus 285 anos, em meio a tanta obra e destroços provocados pela severa estação invernosa, Fortaleza poderia comemorar muito considerando seus feitos e conquistas. Infelizmente, nossa cidade parece esquecer suas agruras, diante dos primeiros raios de sol.

Independente da precariedade de infra-estrutura e serviços, a cidade não para. Enquanto materialidade, a cidade é um objeto que se constrói e se destrói simultaneamente. Em Fortaleza essa relação contraditória é visível. São muitas as obras em andamento. São muitos os transtornos que atrapalham o cotidiano de todos. Obras de drenagem, ajustes viários, Metrofor, Centro de Feiras, Transfor, Vila do Mar, Estádios do Castelão e Presidente Vargas, entre outros. Em meio a tudo isso, Fortaleza recebeu seu Jardim com uma belíssima queima de fogos.

Está de parabéns a cidade que ganhou um presente tão delicado. Ganhamos todos nós. Primeiro pela grandeza do gesto, provando que juntos, os setores público e privado, podem fazer muita coisa. O Jardim Japonês terá manutenção cara. É requintado na sua concepção e paisagismo, o que exige cuidados especiais. Que todos cuidem dele e não se esqueçam dos outros espaços de entretenimento e lazer de Fortaleza.


José Borzacchiello da Silva - Geógrafo e professor da Universidade Federal do Ceará
borza@secrel.com.br

O criminoso cordial


Por Sandra Helena de Souza

Em artigo semanal, neste jornal, Leonardo Boff escreveu: “Cabe a Deus julgar a subjetividade do assassino da escola de estudantes. A nós cabe condenar o que é objetivo e saber localizá-lo no âmbito da condição humana”. É um belo texto que nos remete ao assassino que dorme em cada um de nós, entrega a Deus o que lhe cabe e nos põe diante da tarefa propriamente humana de enfrentar o “Trabalho do Negativo”. Vamos lá.

Em 30 de março último, assisti estupefata ao Conexão Repórter no SBT, do jornalista Roberto Cabrini sobre a memória de um agente da repressão. Este, um conterrâneo nosso de Brejo Santo, José Lucena Leal, atualmente advogado e morador de Porto Velho (RO), que também foi advogado de defesa do acusado de assassinar Chico Mendes no Acre.

Diante das câmeras e muito à vontade contou com detalhes, e sem demonstrar nenhum arrependimento ou vergonha, as sessões de tortura de que participou ativamente, bem como execuções a sangue frio de
opositores ao regime, já devidamente dominados. 

Registrou um ligeiro mal-estar ao referir-se à morte de uma jovem de 17 anos no Araguaia, menos pela idade e mais pela coragem dela ao negar-se a revelar a identidade: “guerrilheira não tem nome”, ela teria dito antes de levar um tiro na testa do major Curió, segundo depoimento. Referiu-se à tortura como crueldade excessiva, chegou a tergiversar sobre sua necessidade, mas mostrou-se inabalável em sua convicção de ter prestado um relevante serviço à Pátria.

Dorme bem, não tem pesadelos, não escuta os gritos. Enfim, faria de novo se cresse necessário e se, agora digo eu, fosse para isso convocado por uma autoridade legitimada por suas crenças. Julguei que o programa poria em chamas o noticiário nacional, descartado o caráter preparatório da novela “Amor e Revolução” que estrearia dias depois.

Ledo engano. Salvo manifestações dos envolvidos, as vítimas diretas da repressão, fez-se um silêncio ensurdecedor. Nada de análises sobre mentes criminosas, reflexões antropológicas, psico-sociológicas, políticas, etc. Quem viu, viu. Ficou como um relato banal aquilo que em mim provocou horror.

O que antes se negava, por vergonha ou medo de punição, agora se confessa às claras e não sem certa ironia declara: “mas por que tanto alvoroço se todos sabem que a tortura até hoje é praticada por todas as polícias militares e civis do país?” Nenhuma interpelação a essa desconcertante afirmação. Ninguém se incomodou. Nada de discursos inflamados nos parlamentos, comandos policiais indignados, jornalistas enfurecidos. Nada.

Nos anos 60, o experimento Milgram confirmou que se pode acordar e até tornar cômico o assassino que repousa sob nossa boa-consciência de homens de bem. Basta uma autoridade convincente. Wellington Menezes foi-se, livrando-nos da difícil tarefa de julgá-lo com justiça. Já Lucena Leal, como seus comparsas, passeia tranquilo e bonachão entre nós com a subjetividade intacta, criando corvos que podem despertar para nos arrancar os olhos, sempre bem fechados quando nos convém. O que Deus tem mesmo a ver com isso, não?

Sandra Helena de Souza -Professora de Filosofia e Ética da Universidade de Fortaleza
sandraelena@uol.com.br


terça-feira, 19 de abril de 2011

Agressão

 "Não se amplia a voz dos imbecis".
A frase é do Millôr Fernandes e cabe no episódio em que Caio Blinder agride as mulheres árabes. A agressão se deu no Manhattan Connection de 3 de abril passado.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Roberto Carlos - 19 de abril de 1941

Nossa homenagem tripla ao Roberto Carlos. Roberto Arruda, Sílvio Mendes e Carlos Augusto Braga, nossos três Robertos (Foto de SARA MAIA)

Playa Girón - 50 anos



Playa Girón (Silvio Rodriguez)


Compañeros poetas,
tomando en cuenta los últimos sucesos
en la poesía, quisiera preguntar
--me urge-,
¿qué tipo de adjetivos se deben usar
para hacer el poema de un barco
sin que se haga sentimental, fuera de la vanguardia
o evidente panfleto,
si debo usar palabras como
Flota Cubana de Pesca y
«Playa Girón»?
Compañeros de música,
tomando en cuenta esas politonales
y audaces canciones, quisiera preguntar
-me urge-,
¿qué tipo de armonía se debe usar
para hacer la canción de este barco
con hombres de poca niñez, hombres y solamente
hombres sobre cubierta,
hombres negros y rojos y azules,
los hombres que pueblan el «Playa Girón»?
Compañeros de historia,
tomando en cuenta lo implacable
que debe ser la verdad, quisiera preguntar
-me urge tanto-,
¿qué debiera decir, qué fronteras debo respetar?
Si alguien roba comida
y después da la vida, ¿qué hacer?
¿Hasta donde debemos practicar las verdades?
¿Hasta donde sabemos?
Que escriban, pues, la historia, su historia,
los hombres del «Playa Girón».

O DESFILE DO 50º ANIVERSÁRIO



Hoje tive o privilégio de apreciar o impressionante desfile com que nosso povo comemorou o 50º Aniversário da proclamação do caráter Socialista da Revolução e da vitória de Praia Girón.
Também se iniciou nesse dia o Sexto Congresso do Partido Comunista de Cuba.
Desfrutei muito da narração pormenorizada e da música, gestos, rostos, inteligência, marcialidade e combatividade de nosso povo; a Mabelita na cadeira de rodas com o rosto feliz e às crianças e adolescentes de “La Colmenita” multiplicados várias vezes.
Vale a pena ter vivido para o espetáculo de hoje, e vale a pena lembrar sempre os que morreram para torná-lo possível.
Ao iniciar-se nesta tarde o Sexto Congresso pude constatar, nas palavras de Raúl e no rosto dos delegados ao máximo evento de nosso Partido, o mesmo sentimento de orgulho.
Podia estar na praça, talvez uma hora debaixo do sol e do calor reinante, mas não três horas. Atraído pelo calor humano ali presente, ter-me-ia criado um dilema.
Acreditem que senti dor quando vi que alguns de vocês me procuravam na tribuna. Pensava que todos compreenderiam que não posso já fazer o que tantas vezes fiz.
Prometi-lhes ser um soldado das idéias, e esse dever ainda o posso cumprir.


Fidel Castro Ruz
16 de abril de 2011
19h14

Ela vigiava a nossa alegria

Por Magela Lima  

Tem gente que a gente faz um esforço danado para gostar. Em compensação, tem gente que a gente gosta de graça e, se preciso for, até põe a mão no bolso para garantir a amizade. Dona Mocinha era uma dessas. Mais que a dama do samba, mais que a dona do bar, era ela uma alma boa. Quanta besteira eu falei para lhe arrancar gargalhadas ao pé do seu balcão! Quanta sabedoria e exemplo de vida ela me deu em troca!

Sob as vistas de Dona Mocinha, tomei meus primeiros porres históricos. Sob as vistas de Dona Mocinha, fortaleci amizades que pretendo carregar até o meu samba acabar. Sob as vistas de Dona Mocinha, conheci uma Fortaleza absolutamente fascinante e escondida do cotidiano comum da cidade. Dona Mocinha era uma aula de como é possível viver e se reinventar diante da vida. Sofrer, ela sofreu muito. A vida lhe tirou o maior dos amores, e ela ainda sorria.

Como uma rainha, sem necessariamente sair do castelo, ela sabia tudo o que se passava no seu reino. E como era generosa! Olhava os rapazes com seus companheiros de sempre e as moças com seus companheiros de uma noite só sem preconceito algum. Nunca negou seu ouvido, muito menos o ombro amigo, a um coração sofrido. Reconhecia cada um de seus súditos e, mesmo quando já lhe faltava as forças, erguia-se do trono e não abria mão de um abraço acalorado.

Sim, Dona Mocinha vai fazer uma falta absurda. E como vai! Com ela por perto, era como brincar na rua com a avó na calçada: nada de errado aconteceria. Diante do inevitável, já que não se pode (ainda) parar o relógio da vida, o que resta é esperar que o legado deixado por ela não se perca. Dona Mocinha fez de Fortaleza, ou pelo menos da Fortaleza onde viveu, um lugar pleno de alegria, apesar dos pesares. Pois que seja assim: vá com Deus, Dona Mocinha, e deixe aqui a sua-nossa alegria.




http://www.opovo.com.br/app/opovo/opiniao/2011/04/18/noticiaopiniaojornal,2129062/ela-vigiava-a-nossa-alegria.shtml

Entrevista Professora Gilberta Acselrad - Globo News



http://www.youtube.com/watch?v=K6kRpsoqeC8&feature=youtu.be

domingo, 17 de abril de 2011

O que eles e elas pensam sobre Fortaleza



"Com a mudança de escala da cidade é normal que ela crie "novos centros". Mas essa 'policentralidade' precisa criar uma série de medidas para controlar o esvaziamento do velho centro. Cada dispersor é mais um golpe no centro. Daí acontece a queda dos valores imobiliários, que promove grandiosas oportunidades para o comércio popular. Esses comerciantes podem ser peças importantes no processo de reabilitação urbana, mas eles têm temores que mudanças alterem os resultados do comércio. Por isso, é preciso um projeto vigoroso que promova a passagem gradativa para uma nova situação. Essa situação demanda a inserção de catalisadores de novos desenvolvimentos econômicos que, por sua vez, precisam de conveniências tais como morar perto para trabalhar, lanchonetes, colégios. Não rigorosamente no núcleo central, mas a sua periferia em um raio pedestre podia ser redesenhada para instalar oportunidades organizadas de vida. Seria o planejamento de um anel comunitário em torno do centro." Fausto Nilo – arquiteto e urbanista, vice-presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil no Ceará (IAB-CE).


"O uso inadequado das áreas de preservação permanentes (APP) constituídas principalmente pelas margens de rios, lagoas e mangues têm sido ocupadas por construções diversas, dentre as quais moradias precárias, causando permanentes situação de risco como enchentes e proliferação de doenças. Recuperar essas áreas ambientalmente mais sensíveis e proporcionar moradias em áreas adequadas constitui-se em um dos grandes desafios da sociedade fortalezense e de seus dirigentes. O governo federal disponibiliza recursos por meio do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social e outras fontes. Somente ações municipais de planejamento urbano permanentes e apoiadas em projetos de arquitetura e urbanismo ambientalmente sustentáveis poderão recuperar essas áreas e moradias precárias." Odilo Almeida Filho - Presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil do Ceará (IAB-CE)


"A implantação da proposta de requalificação da Praia de Iracema se transformou em mais uma obra interminável da atual gestão municipal de Fortaleza. O projeto não indica nenhuma proposição de integração entre o novo desenho e a situação existente na Ponte Metálica, que está a precisar, urgentemente, de um roteiro de ordenamento, definição e usos e ocupação. A proposta destina todo o leito da avenida Almirante Tamandaré para estacionamento de veículos, no que deveria ser um imenso boulevard interligando equipamentos culturais. Outra “ausência assustadora” é a não existência de arborização urbana prevista em toda a orla em requalificação desde a Praia do Ideal até a Praia de Iracema e o Poço da Draga". José Sales Costa Filho - professor do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFC (Universidade Federal do Ceará).


"Nas últimas três décadas, a paisagem natural da orla marítima da Praia do Futuro foi transformada com a construção de barracas que funcionam como equipamentos de lazer e entretenimento. Esta ocupação está consolidada e, em sã consciência, é difícil acreditar na viabilidade de uma proposta de demolição das barracas com o objetivo da Praia do Futuro ficar parecida ao que era. A ideia de uma Praia do Futuro sem barracas não resiste à realidade socioeconômica e cultural de Fortaleza. O ideal seria adotar medidas como a imediata demolição das barracas abandonadas, seguida da urbanização das áreas em que estavam construídas por meio da implantação de equipamentos públicos que melhorem a segurança e o conforto dos usuários." Joaquim Cartaxo – arquiteto e urbanista, mestre em Planejamento Urbano e Regional.

"A insegurança é reforçada pelo ciclo vicioso da violência que gera medo e desfaz os laços sociais. Com isso os fortalezenses se cercam de proteções individuais como muros altos, segurança privada e abandonam o convívio social, o que gera mais sensação de insegurança. Um caminho seria incentivar, por meio de campanhas educativas, a preservação e ocupação de praças, logradouros e áreas públicas de lazer. Isso melhoraria diretamente a sensação de segurança." César Barreira – sociólogo e coordenador do Laboratório de Estudos da Violência. (LEV) da UFC.


"Com 25 mil habitantes, Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHm) de 0,386 e 90% da população beneficiada pelo Bolsa Família, o bairro Serviluz é um exemplo de assentamentos precários, que não são problema exclusivo da periferia. Investimento em vias de acesso, espaços públicos de lazer e oferta de serviços básicos, acompanhados da construção de novas unidades habitacionais podem amenizar a situação de desconforto da população local. Para isso, é preciso ter vontade política para enfrentar a questão como prioridade." Amando Costa – arquiteto e urbanista, professor da Universidade de Fortaleza.


"A população fortalezense sofre com o trânsito caótico. A frota da capital ultrapassa 700 mil veículos, de acordo com o Departamento Estadual de Trânsito (Detran). Alargar vias e construir novos corredores de trânsito são medidas paliativas. Para melhorar a mobilidade urbana e inverter a tendência de preferência pelo transporte particular é preciso priorizar o transporte público. Quando a população passa a ver uma oferta interessante de serviços, conforto e segurança, começa a deixar o seu carro em casa." Carla Camila Girão Albuquerque - arquiteta e urbanista, mestre em Desenvolvimento Urbano e professora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Fortaleza.


"A cidade de Fortaleza, conhecida como Terra do Sol, vem perdendo paulatinamente seu verde e se tornando um local insólito, com calçadas e canteiros desnudos, praças e parques com arborização descuidada e, em alguns casos, até inexistente. É sensível a todos os seus cidadãos, bem como aos visitantes, a crescente sensação de calor e aridez em seus espaços livres. Seria um grande presente à cidade e seus usuários a implantação de uma arborização adequada e eficiente, tratada e mantida dignamente ao longo do tempo, fornecendo ar fresco a todos e animando a paisagem com cores, formas, texturas e aromas, abrigando e fornecendo alimento à fauna, contribuindo com o solo e a drenagem. Só então teríamos uma Fortaleza de clima ameno." Fernanda Rocha - arquiteta e urbanista, especialista em Paisagismo e em Arquitetura Paisagística e professora da Universidade de Fortaleza.


Fonte: http://migre.me/4gz1P