Quem sou eu

Minha foto
Agrônomo, com interesses em música e política

quarta-feira, 18 de abril de 2012

SINCERAMENTE - SÉRGIO SAMPAIO

Por Marcus Vinicius

Disco raro e bem cotado na bolsa de vinis ( Tu tens Alan? ) "Sinceramente" de Sérgio Sampaio foi relançado no final de 2011. Em formato de CD e pelo selo de Zeca Baleiro, Savavá Discos, com tiragem de 10000 exemplares. O preço está na faixa. Custa cerca de 2/3 de qualquer Biscoito.
Abaixo, texto do encarte do cd, de outro Sérgio, o Natureza.


SINCERAMENTE SÉRGIO SAMPAIO


Sérgio Sampaio, sempre fértil e supertalentoso compositor, tinha, no início da década de 80, um punhado de canções inéditas por serem registradas. As gravadoras, na época, temiam o artista temperamental, firma nas suas convicções, tanto genioso quanto genial, em seus casts - ele não era mais o vendedor que eles queriam de volta com os 500 mil compactos de seu mega-secesso de estréia, "Eu quero é botar meu bloco na rua". E nunca o perdoaram poe isso!
Com o baú/balaio cheio, Sampaio não via, onde quer que fosse, a perspectiva de uma produção bancada. Casado pela segunda vez, ele recebeu da família da mulher Ângela (toda ela de fãs do artista), o impulso que faltava para gravar seu terceiro lp, agora independente, que recebeu o título de uma de suas criações, "Sinceramente". Renato Piau, o fiel escudeiro, músicos amigos, estúdios em conta e, neste time, eu incluído - como parceiro dele em uma das faixas do disco.
Sampaio entrou na empreitada com muita vontade de fazer um disco tanto relaxado, como sugeria a capa, quanto vigoroso em seu conteúdo estético e nas suas interpretações - seria, afinal, a prova cabal de que os "gerentes, assistentes, inteligentes" que lhe fecharam as portas estariam perdendo uma grande oportunidade de t|ê-lo, em pleno cio criativo, nos seus elencos. Saiu a bolacha, mas a mídia - salvo alguns críticos mais próximos r afeitos ao trabalho - ignorou. Naqueles tempos de fartura da indústria fonográfica, ele não era, definitivamente, o melhor prato para os gulosos negociantes nem para os "connaisseurs" da música em voga e dos arroubos canoros dos "canários" de costume.
Fechava-se aí mais um ciclo, o penúltimo, da vida artística do "quixotesco" compositor. Anos mais tarde, exilado da insústria e da família, Sérgio Sampaio foi vencido pelos moinhos do esquecimento e da doença, quando se preparava para mais uma investida fonográfica.
Mas assim como o personagem de Cervantes, o anti-herói sonhador permanece emblemático, atemporal, e a sua obra, vencendo a morte física, volta agora rediviva ao público, dando corpo, mais uma vez, a seu senho criativo.
Saravá Sérgio Sampaio!
SÉRGIO NATUREZA
rio de janeiro, janeiro de 2008

Nenhum comentário: