Segundo a professora de Publicidade e Propaganda da Universidade Federal do Ceará, Glícia Pontes, a campanha chocou as pessoas devido à utilização da imagem da criança de maneira erotizada
Uma campanha publicitária da marca Couro Fino causou polêmica nas redes sociais, nesta segunda-feira (14). Os cartazes trazem a imagem de uma criança com maquiagem e acessórios de adultos.
Confira as peças
Segundo a professora de Publicidade e Propaganda da Universidade Federal do Ceará, Glícia Pontes, a campanha chocou as pessoas devido à utilização da imagem da criança de maneira erotizada. “É recorrente o uso da imagem da criança na publicidade, mesmo em campanhas de produtos que não são para o consumo infantil. A criança chama atenção pela inocência, brincadeira, humor e, nesse caso, creio que o propósito foi chamar a atenção do público-alvo da loja, que são as mulheres adultas”.
Porém, Glícia ressaltou que a campanha infringe o Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária, no Artigo 37, seção que trata especificamente de crianças e adolescentes na publicidade do Brasil. “[A peça] expõe uma criança consumindo um produto de uso adulto e ainda a exibe em poses que podem ter conotação erótica, aproximando-se do padrão publicitário empregado pelas marcas de moda e de cerveja que usam esse tipo de conceito”.
“As pessoas condenaram essa imagem, porque têm a consciência de que a imagem erotiza e ridiculariza a criança. A imagem foi empregada de maneira completamente irresponsável e com muito mau gosto”, considerou.
Confira os trechos do Artigo 37, que a professora destacou para o caso:
“Os anúncios deverão refletir cuidados especiais em relação à segurança e às boas maneiras e, ainda, abster-se de:
Associar crianças e adolescentes a situações incompatíveis com sua condição, sejam elas ilegais, perigosas ou socialmente condenáveis.
Impor a noção de que o consumo do produto proporcione superioridade ou, na sua falta, a inferioridade.
Empregar crianças e adolescentes como modelos para vocalizar apelo direto, recomendação ou sugestão de uso ou consumo, admitida, entretanto, a participação deles nas demonstrações pertinentes de serviço ou produto”.
“Quando os produtos forem destinados ao consumo por crianças e adolescentes seus anúncios deverão:
Respeitar a dignidade, ingenuidade, credulidade, inexperiência e o sentimento de lealdade do público-alvo.
Dar atenção especial às características psicológicas do público-alvo, presumida sua menor capacidade de discernimento.
Obedecer a cuidados tais que evitem eventuais distorções psicológicas nos modelos publicitários e no público-alvo.
Abster-se de estimular comportamentos socialmente condenáveis”.
Resposta
A reportagem do Tribuna do Ceará entrou em contato com a empresa na noite desta segunda e na manhã desta terça-feira (15), mas não houve retorno.
http://tribunadoceara.uol.com.br/noticias/ceara/uso-de-imagem-de-crianca-em-propaganda-de-empresa-cearense-gera-polemica/
Uma campanha publicitária da marca Couro Fino causou polêmica nas redes sociais, nesta segunda-feira (14). Os cartazes trazem a imagem de uma criança com maquiagem e acessórios de adultos.
Confira as peças
Segundo a professora de Publicidade e Propaganda da Universidade Federal do Ceará, Glícia Pontes, a campanha chocou as pessoas devido à utilização da imagem da criança de maneira erotizada. “É recorrente o uso da imagem da criança na publicidade, mesmo em campanhas de produtos que não são para o consumo infantil. A criança chama atenção pela inocência, brincadeira, humor e, nesse caso, creio que o propósito foi chamar a atenção do público-alvo da loja, que são as mulheres adultas”.
Porém, Glícia ressaltou que a campanha infringe o Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária, no Artigo 37, seção que trata especificamente de crianças e adolescentes na publicidade do Brasil. “[A peça] expõe uma criança consumindo um produto de uso adulto e ainda a exibe em poses que podem ter conotação erótica, aproximando-se do padrão publicitário empregado pelas marcas de moda e de cerveja que usam esse tipo de conceito”.
“As pessoas condenaram essa imagem, porque têm a consciência de que a imagem erotiza e ridiculariza a criança. A imagem foi empregada de maneira completamente irresponsável e com muito mau gosto”, considerou.
Confira os trechos do Artigo 37, que a professora destacou para o caso:
“Os anúncios deverão refletir cuidados especiais em relação à segurança e às boas maneiras e, ainda, abster-se de:
Associar crianças e adolescentes a situações incompatíveis com sua condição, sejam elas ilegais, perigosas ou socialmente condenáveis.
Impor a noção de que o consumo do produto proporcione superioridade ou, na sua falta, a inferioridade.
Empregar crianças e adolescentes como modelos para vocalizar apelo direto, recomendação ou sugestão de uso ou consumo, admitida, entretanto, a participação deles nas demonstrações pertinentes de serviço ou produto”.
“Quando os produtos forem destinados ao consumo por crianças e adolescentes seus anúncios deverão:
Respeitar a dignidade, ingenuidade, credulidade, inexperiência e o sentimento de lealdade do público-alvo.
Dar atenção especial às características psicológicas do público-alvo, presumida sua menor capacidade de discernimento.
Obedecer a cuidados tais que evitem eventuais distorções psicológicas nos modelos publicitários e no público-alvo.
Abster-se de estimular comportamentos socialmente condenáveis”.
Resposta
A reportagem do Tribuna do Ceará entrou em contato com a empresa na noite desta segunda e na manhã desta terça-feira (15), mas não houve retorno.
http://tribunadoceara.uol.com.br/noticias/ceara/uso-de-imagem-de-crianca-em-propaganda-de-empresa-cearense-gera-polemica/
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