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quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

O POVO noticiou, já o restante da "grande" imprensa....

Por Hébely Rebouças

Jornalista reúne em livro série de denúncias contra tucanos

Amaury gera polêmica com livro (PORTAL VI O MUNDO)Amaury gera polêmica com livro (PORTAL VI O MUNDO)
Alvo permanente de polêmica entre governistas e adversários, o debate sobre a chamada era das privatizações no Brasil volta a ganhar força nas redes sociais da Internet após a chegada nas lojas de uma espécie de livro-dossiê sobre o tema. Em A Privataria Tucana, o jornalista Amaury Ribeiro Jr. joga foco para possíveis irregularidades cometidas durante a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). O lançamento ocorre no apagar das luzes de um ano marcado por denúncias de corrupção contra o governo Dilma Rousseff (PT).

No livro, Ribeiro Jr. sustenta a tese de que um suposto esquema de enriquecimento ilícito, lavagem de dinheiro e pagamento de propina teria prosperado na década de 1990, em meio a operações de privatização de estatais no País. Segundo ele, o sistema teria movimentado até de 2,5 bilhões de dólares.

Uma das figuras centrais da narrativa é Ricardo Sérgio de Oliveira, um ex-diretor do Banco do Brasil e também ex-tesoureiro de campanha de FHC e do ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB). De acordo com Ribeiro Jr., ele manipulava as privatizações e lavava dinheiro de propina através de contas bancárias no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas.

Além de apontar familiares de Serra entre os beneficiados, o autor lança questionamentos sobre suposto depósito de uma empresa de Carlos Jereissati – parente do então governador do Ceará Tasso Jereissati (PSDB) –, participante da privatização do antigo sistema Telebras, na conta de uma companhia de Ricardo Sérgio nas Ilhas Virgens.

O POVO tentou contato com o ex-governador Tasso através de sua assessoria de imprensa, mas as ligações feitas no início da noite de ontem não foram atendidas. Também através de assessores, tanto Serra quanto o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias, disseram que não irão se pronunciar sobre o livro. O líder tucano na Câmara, Duarte Nogueira, não foi localizado pela assessoria de imprensa. Já o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, encontrava-se fora do País.

Quem

ENTENDA A NOTÍCIA

Ribeiro Jr. ja é conhecido entre petistas e tucanos. Na campanha presidencial de 2010, o então candidato Serra o acusou de preparar dossiê ilegal. O jornalista foi chamado pela assessoria de Dilma para identificar supostos espiões tucanos na campanha.

SERVIÇO 

A Privataria Tucana
Editora Geração Editorial
Quanto: entre R$ 27,90 e 35,00.
Onde comprar: pela Internet, consultar lista oferecida pelo site da Editora (www.geracaobooks.com.br)

Bate-pronto

Amaury Ribeiro Jr., jornalista e autor do livro

O POVO: Você vem reunindo documentos há mais de dez anos. Por que decidiu segurar a publicação das informações até agora?
Amaury: A gente foi obtendo (os dados) ao longo do tempo. Foi fundamental ter conseguido na Justiça acesso a documentos da CPI do Banestado, em 2004. Outra parte da documentação eu só obtive em 2008, trabalhando no (jornal) O Estado de Minas. É um processo muito longo, fui juntando o quebra-cabeça.

OP: O que você diz no livro está sendo investigado pela Justiça?
Amaury: Algumas pessoas já falam de CPI, acho que está havendo uma articulação pra isso. É o mínimo. Houve duas ações de improbidade administrativa sobre o tema, no Ministério Público do Rio e de Brasília, mas foram arquivadas.

OP: Você tem sofrido algum tipo de contra-ataque tucano?
Amaury: Estão tentando me desqualificar. Agora, vamos ver a revista Veja do fim de semana, não é?

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