Por Mário Mamede
A opção pela militância em defesa dos Direitos Humanos, antes de uma escolha política, é uma radical opção ética, pela qual iremos nos dedicar permanentemente na construção de uma sociedade referenciada no direito à vida e orientada pelo senso de Justiça e pela cultura de paz.
Tal escolha não admite atitudes dúbias, omissões, conivências ou concessões com fatos que se oponham ou se interponham aos direitos da pessoa humana. É, pois, uma doação de tamanha generosidade que não aceita atitudes de acomodações, ainda que possa nos colocar em situação de vulnerabilidade ou mesmo risco de vida.
Não conheço ex-militante de Direitos Humanos. Conheço, sim, histórias de companheiros e companheiras que tiveram suas vidas subtraídas pela ousadia de denunciar quem cometeu crimes contra a pessoa humana, a sociedade e o meio ambiente.
A luta pela consolidação dos Direitos Humanos exige persistência, desconhece cansaço e não convive com a desesperança.
Exemplo disso é a promulgação da Lei de Acesso a Informações Públicas e da lei que cria a Comissão da Verdade, leis que resultam de uma luta que, por mais de quatro décadas, nunca se interrompeu.
Temos em nossa militância um único e inarredável compromisso: o compromisso com a verdade. Verdade que deve ser buscada e anunciada em toda sua transparência, para elucidar violações dos direitos, exigindo do Estado a aplicação de medidas legais para punir quem cometeu tais violações.
Se desejamos viver em um mundo de paz, precisamos garantir proteção aos cidadãos e criar a consciência individual e coletiva de que todos são iguais perante a lei e devem ter iguais direitos e oportunidades.
Para ser um militante pela causa dos Direitos Humanos e ter credibilidade no exercício dessa ação política, questionadora e muitas vezes incompreendida, não basta o discurso das ideias. É necessário que nossa vida, pessoal, social e política seja consonante com os elevados princípios da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
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