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sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Fortaleza e seu Pré-Carnaval


Por Marcus Vinicius

“Com pandeiro ou sem pandeiro... com dinheiro ou sem dinheiro... eu brinco” – essa é a disposição dos foliões. Esta também é a dos blocos de Pré-Carnaval, em sua imensa maioria. Fazemos uma festa pública, sem cordas, sem discriminação, com autonomia e mantendo a “personalidade” de cada bloco. E alguns destes blocos estão em cena há mais de 30 anos.

Fortaleza e seu Pré-Carnaval vêm de antes dos editais de fomento, mas a partir deles houve um incremento fantástico de blocos novos. Outros surgiram por cissiparidade. Hoje estima-se cerca de 120 blocos de Pré-Carnaval. Estes são muito diversos, vão dos blocos com público “descolado”, passando pelo que o preconceito “classemediano” chama de “misturado”, além da maioria ser blocos de bairro. Alguns deles com propostas culturais mais elaboradas, outros, pura diversão e folia.

Só que essa festa tem custos. E quem paga? Hoje, para a grande maioria, os editais de fomento são fundamentais. Outras fontes de recursos são a venda de camisas (não é obrigatória a compra para a participação) e os pequenos patrocínios. Poucos têm grandes apoios privados - são localizados e praianos.

Com uma política de editais, mas sem uma política pública definida, a nova gestão municipal encontrou uma situação complicada. O edital não foi lançado ano passado, e com o Pré nas biqueiras a atual administração decidiu (corretamente) fazer o Pré-Carnaval.

E qual a novidade? Para realizar recorre a patrocínio privado de uma grande produtora de cervejas, entre outras entidades e instituições financeiras. E o que muda? Por enquanto nada, pois o apoio, conforme informações, resume-se à difusão da marca.

O que pode mudar? Muita coisa. Criar uma política pública para o Pré em que seja considerado o fomento aos blocos (tratando diferentemente os diferentes) e a articulação efetiva dos demais órgãos públicos, notadamente segurança e mobilidade. Se o poder público fizer a sua parte, a maioria dos blocos garantirá a festa pública, sem cordas, onde todos poderão participar: indo atrás de trio elétrico, curtindo marchinhas, sambas, axés, frevos, afoxés e maracatus.

Um comentário:

José Vagner Silva disse...

Usou a palavra certa pra "doutor" não reclamar.
Um salve a todos que fazem o carnaval, que virou um Luxo dessa aldeia!