Abraços
Marcus Vinicius
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Por Rogério Lama
Eliot Fisk é pra mim, o Raphael Rabello dos Estados Unidos. Nunca ouvi um violonista acima da linha do Equador tocar com tanta fúria e paixão.
Afeito à auto-flagelos, fez o que alguns se atreveram e depois decretaram como impossível: transpor para o violão os 24 caprichos de Paganini escritos originalmente para violino.
NA TONALIDADE ORIGINAL! A marca da obra de Paganini é justamente o virtuosismo demoníaco, o que deve ter instigado Fisk.
Eliot Fisk |
Muitos não gostam de Eliot Fisk alegando ser dono de um estilo sujo, ou que se vale demais de ter sido um discípulo e apadrinhado de Andrés Segóvia. Crítica comumente advinda daqueles que perseguem um ideal de pureza para o violão.
Considero uma visão reducionista. O que há de mais sublime neste instrumento é justamente a versatilidade, o inesperado. É permitir que Villa Lobos tome de empréstimo idéias de João Pernambuco.
Fisk é um dos violonistas que mais brilhantemente transpõem o drama humano para as suas interpretações ao tocar sempre no seu limite mental. Não dissimula, nem tampouco insinua idéias. Vai direto ao ponto. Travar contato com a sua arte é sentir na pele toda a agrura de sobreviver a cada dia.
Sempre controverso, impossível mesmo ficar indiferente ao legado desse extraordinário artista, ou, como ele mesmo grafou: “Se você não incomoda ninguém, é impossível que esteja fazendo algo importante.”
Pra baixar os 24 Caprichos interpretado por Eliot Fisk: http://www.mediafire.com/?kuwz2zribwr27wr
4 comentários:
Oxente! Rubrei!
Grato pela edição, amigo!
Eliot Fisk
mt bom meu caro. O violão sujo tem relação com a velocidade do andamento da música. O sujo é veloz e o limpo é lento. Não sei se dá pra comparar com o Rabelo (sete cordas), cada qual tem seu estilo. Eliot toca em seis cordas mas com brilhante técnica. Viva a Philadelphia.
Alfredo Pessoa
Mestre Alfredo! Que honra!
Embora eu concorde com você que Fisk e Rabello tenham estilos diferentes, eu vejo muita semelhança no quão passional é a arte dos dois. O próprio Paulo César Pinheiro retratou bem essa característica do Raphael em “Sete Cordas”:
(...)E eu sinto o coração nos dedos
Passeando em calma
Afugentando os medos
Que residem n'alma
E deixo-me envolver
Pelo braço do meu violão
E o peito meu
Fibra por fibra
Apaixonado vibra
Com prima e bordão
E é aí que eu
Sinto a mão de Deus
Na minha mão.
(...)
Eu me ponho a dedilhar
Com emoção e fervor
(...)
Então é isso, acho lindo em como o Fisk manda o auto-controle às favas e toca como quem atravessa a Bezerra de Menezes às 18hs de olhos vendados!
Quanto às seis ou sete cordas, naquele disco do Raphael com o Dino, ele tocou com um violão de seis. Achei comovente esse gesto de devoção! Chuto até que o nome Rafael 7 Cordas foi abandonado propositalmente no começo da carreira para não lhe acorrentar a um instrumento.
Grande abraço, Mestre Alfredo!
Alfredo Pessoa
Meu caro é sempre um prazer comentar sobre violão e seus domadores.
grande abs.
Detalhe: Paulo César Pinheiro sempe surpreende.
Alfredo Pessoa
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