Elzira Saraiva |
Gostei muito do artigo do Plínio Bortolloti do "O POVO" de hoje, e que foi postado pelo Marvioli no DIUMTUDO (http://diumtudo-marvioli.blogspot.com/2012/01/e-se-o-exercito-resolver-fazer-greve.html).
Fiquei muito preocupada quando vi no “face” e nas conversas com alguns de vocês terça passada, o insuflamento ao descredenciamento da constitucionalidade a tão duras penas conseguida pelas gerações passadas. Rapidamente foi criada uma situação de pânico, onde uma análise com um mínimo de racionalidade virou DELÍRIO nas palavras dos insufladores.
Gostei muito também da análise do Márcio Caetano, também postada no DIUMTUDO.(http://diumtudo-marvioli.blogspot.com/2012/01/o-o-arrastao-meu-povo.html)
Acho que a reflexão feita por Plínio Bortolotti, mostra bem a inabilidade do Governador Cid para lidar com o funcionalismo público. Parece que isso é característica da família Gomes. O outro Gomes, o Ciro, também comprou uma briga grande com a turma do jaleco e se deu mal por isso.
Mas o que quero colocar pra vocês é um outro aspecto da situação criada na terça-feira, dia 4 de janeiro de 2012, em Fortaleza.O governador Cid Gomes, gostemos ou não dele, foi eleito pelo voto dos(as) cearenses. Se não conseguimos vencê-lo nas urnas, seja porque os setores que o apoiaram tinham mais poder econômico, ou porque tiveram mais competência política, insuflar a população a linchá-lo (tirá-lo do governo pela força é um linchamento político que facilmente poderia descambar para o linchamento físico), é uma atitude irresponsável e muito perigosa.
Vocês podem ler o que diz a história sobre esse tipo de atitude.
Leiam o que fizeram com Salvador Allende, no Chile (governo popular), com Sadam Husseim (governo, segundo as informações plantadas pelos EUA, não popular), com Kadhafi (governo, também segundo as informações plantadas pelos EUA, não popular), com Jesus Cristo(esse todo mundo sabe a história), e inúmeros outros no passado recente ou remoto.
Citei esses exemplos só pra dizer que qualquer linchamento, se por um lado traz a marca da satisfação imediata das mãos lavadas com o sangue do opositor, por outro traz a culpa e a vergonha permanente por essa satisfação.
De qualquer modo as consequências são sempre negativas. Alimentar o medo é uma atitude pra lá de arriscada, pois o medo é uma fera insaciável e poderosa. Já a vergonha, essa vai requerer muita energia para esconder a culpa. Para lidar com as duas, vergonha e culpa, necessário se faz criar justificativas, uma vez que a mente teima em trazer de volta o ato insano. E aí de novo nos deparamos com o linchamento, só que dessa vez sem sangue, mas não menos cruel, que
consiste na destruição da memória do linchado. Para quem não consegue lidar com a culpa, os preconceitos são muito úteis. Assim, a mente culpada inverte a realidade transformando o linchado em "o culpado". Aí vale tudo para culpar. Quem é negro, homossexual, mulher, nordestino, enfim quem já foi vítima de preconceito sabe bem do que estou falando.
O resto vocês podem imaginar...
*Elzira Saraiva - Agrônoma e sócia do Esplar – Centro de Pesquisa e Assessoria
2 comentários:
Muito bom mentora, não esperava menos de vc.
Concordo com Elzira.
rogaciano
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