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terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Eu quero me trepar num pé de coco

Por Julia Lopes
Messias Holanda é um sujeito emotivo. Mareja os olhos d’água quando sobe ao palco, num encontro familiar, na certeza da alegria dos filhos. Deixou de frequentar a igreja evangélica, da qual fazem parte alguns dos herdeiros, porque chorava demais – hoje prefere a igreja católica. “Sou muito emotivo. Se a pessoa ganhar muito dinheiro eu choro, se perder eu choro”, comentou, na tarde da última sexta-feira. Amanhã (18 de Janeiro), no Kukukaya, é capaz que parte do público compartilhe o sentimento: o cantor completa 70 anos e uma festa bonita está sendo preparada.

“70 anos é uma vida. Tem tanta gente querendo ter 70 e eu ainda vou viver mais 10, 15”, comemora o cantor. Hoje, a alegria é grande, como ele mesmo contou, ao pensar nos filhos crescidos e ajeitados, nos netos orgulhosos do vô – “só uns 16”, enumerou Messias – nas coisas que tomaram seu lugar e no reconhecimento, que por muito tempo esteve adormecido. O cantor foi daqueles artistas que fez sucesso, com direito a muito barulho, viagens, apresentações e discos gravados. Suas músicas correram Brasil inteiro e festanças fizeram e desfizeram casais.



Foto Alex Costa
Com as reviravoltas do mercado fonográfico, caiu no esquecimento. Voltou a viver a vida simples do início, mas, pelos bons ventos, viu aparecer alguns padrinhos, como o próprio Kukukaya e a Associação Cearense do Forró. Há alguns anos, o compositor foi reapresentado à cidade, que voltou a celebrar um dos seus maiores forrozeiros. Autor dos agora clássicos Pra tirar coco, Coma ovo, entre outros, Messias chora também de satisfação. Na noite de amanhã, 19 convidados sobem ao palco para se apresentar e incrementar a celebração.

“Nós temos uma banda base e alguns tocam com ela. Mas nem todo mundo, Cyrano e o Cirino, por exemplo, tocam com a banda deles. Adelson Viana também. A banda é completa, acompanhando os artistas que não vieram com a banda. São cinco horas de festa. Cada pessoa cantando três músicas, quatro músicas”, descreveu o próprio Messias. A apresentação dele, ele mesmo descreve: “Vou subir pra agradecer os amigos, cantar o pé de coco”.

Messias costumava ter mais fôlego, mas uma queda de uma escada, enquanto consertava o telhado, lhe deixou com um problema na perna. Mas ele se cuida. “Cedinho na cama, eu me estiro, levanto uma perna, faço com a outra. Me aqueço, mas não dá pra dançar muito”. O público dá conta de dançar, ele próprio, o tanto que o cantor gostaria de fazê-lo. Com muito bom humor: por ali o duplo sentido impera, e é bem mais que uma vontade de criar uma armadilha. É quase como uma brincadeira, sem apelação ou grandes sustos. É coisa de dançar e ser feliz.

Quem
Messias Holanda nasceu em 11 de janeiro de 1942, em Missão Velha. Veio para Fortaleza aos 8 anos, quando foi adotado pela família. Já comemorou os 50 anos de carreira e teve seu começo nos programas de calouros de Fortaleza mesmo, fazendo parte da Era de Ouro do rádio cearense. Lançou 14 LPs e quatro CDs, além de ter participado de 14 coletâneas.

SERVIÇO

70 anos de Messias Holanda, com convidadosOnde: Kukukaya (Avenida Pontes Vieira, 55, Bairro de Fátima)

Quando: Amanhã, 18 de janeiro, a partir das 21h

http://www.2011.opovo.com.br/app/opovo/vidaearte/2012/01/17/noticiavidaeartejornal,2374787/vai-ter-bolo-e-forro.shtml

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